terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Minha escrita portuguesa...

Tranqüilo. Lingüiça. Idéia. Cinqüenta. Lêem. Delinqüente. Contra-regra. Consequënte. Inconseqüente. Crêem. Microondas. Assembléia. Lingüista. Feiúra. Lingüística. Enjôo. Anti-religioso. Seqüência. Pára. Pólo. Pêra. Vêem. Vôo. Heróica. Jibóia. Baiúca. Apazigúe. Bóia. Asteróide. Européia. Jóia. Apóio. Coréia. Magôo. Paranóia. Platéia. Estréia. Bocaiúva. Prevêem. Dêem. Fenômeno. Tênis. Caratê. Eloquënte. Sagüi. Auto-estrada.


Sentirei saudade de saber escrever...

Beijos
e
até a escrita que vem...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ano

Este ano sonhei com um amor.
Ganhei o "meu" amor.
Perdi o "meu" amor.
Fiquei gripada, com tosse, dor no joelho, gripada, tornozelo inchado, com dor no estômago, com alergia.
Partiu uma prima.
Perdi um grande amigo.
Pior de tudo, pensei que tinha um grande amigo.
Fui deixada de lado.
Fui abandonada aos 15 segundos do último tempo.
Fiquei triste.
Fiquei tristíssima.
Chorei.
Quase coloquei a alma pra fora de tanto chorar.
Errei bastante, tropecei mais um tanto. Esfolei mãos, cara e joelhos.
Não passei pra onde pensava que passaria.
Não fui a todos os lugares que eu queria.
Me senti sozinha inúmeras, infinitas vezes.
Não quis mais continuar.

De todas as tristezas, de toda a desgraça, de todas as lágrimas. Para cada momento escuro, para cada instante de solidão.
Nem todo momento existe alguém ao teu lado, mas em todos eles alguém, com certeza, segura a tua mão.

Fiquei sozinha, quis desistir, afundar o barco e me esconder na minha praia, mas a lembrança de cada alma amiga por perto me salvou de todos estes naufrágios deste ano, por que a cada milésimo de segundo em que eu pensava estar sozinha, havia um amigo na lonjura do perto, destas que nem a razão, mas só o coração entende, me empurrava pra frente mostrando que o calor de um abraço perdura por todo o sempre.

Me curei das feridas e dos fortes tombos que levei.
E levo, na minha malinha lilás cheia de frufrus e figurinhas, para o ano que vem todas estas pessoinhas divinas que têm, acima de tudo, o poder de curar toda a dor.

Ou a maioria de todas elas.

Smack!
Eu,
seja lá, qual de todas, neste momento for...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Ahm... Eu... Queria dizer...

Não tenho nada para dizer.
Bem simples assim.

Estou numa correria desatada com prova (professora Bin Laden que me aguarde), CTG, eventos, compromissos, final de ano, projetos, idéias, pessoas, saudades, quereres, amores, afetos, carinho...
Nessa época dá uma saudadinha de tudo... E dá uma vontade de sair abraçando todo mundo e agradecendo por mais um ano, por mais um dia...
Dá vontade de sair abraçando só pra dizer "que bom que temos mais hoje"...

Coisa estranha, não-estranha de final de ano.
É a síndrome de Papai Noel...

A idade chegando, a canseira dominando, novos rumos assomando, ventos mais frescos batendo, ideías mudando, propostas aparecendo... Medos, esperanças, ilusões.
Tudo-ao-mesmo-tempo-de-uma-vez-só.

E sem querer a gente acaba descobrindo coisas da gente mesmo. Que seriam verdadeiramente incríveis e belas se não se tratassem da gente... E batesse aquele sentimento de "será verdade???"
Acho que é por que as vezes faz falta ouvir um carinho ou uma palavra de atenção ou de "admiração" da parte de alguém que nos conheça de verdade...
Mas mesmo assim, méritos indiscutíveis para quem tem a sensibilidade de enxergar, de ver sem pretensão, de acarinhar sem propósito, de elogiar sem esperar nada mais...

Isso assusta, por que é tão estranho ouvir alguém falando algo que talvez você nem tenha notado...
A gente tem o costume de só se apegar no ruim, de não valorizar o bom... De passar por cima e não ver. De não dizer...
E não diz...

E quando não há mais tempo, parece que tudo sai assim no mais. Facinho, facinho.

E quando alguém bate no teu ombro e diz algo bom de você, o pensamento não cala e você fica sem entender... É tão estranho ouvir algum elogio, algo bonito...

Acontece que a gente se atropela tanto que parece que é melhor nem dizer...

Beijos,
Fadinha Lilás

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Abraço

Não tenho mais a menor dúvida: abraço bom, é abraço descomprometido, de braços bem abertos, sorriso largo, que tem o poder de sacudir tudo, vindo de qualquer lado, de qualquer forma, mas que venha de verdade.

Se existe algo que eu espero e espero muito, é toda santa oportunidade de ver o show da minha banda preferida. Ah, eu espero, e como espero faceira e ansiosa por esse momento chegar. Por poder ouvir ali, de pertinho as músicas que gosto, pular pra extravasar tudo o que me prende ao chão.

Depois vem o camarim, fila pra autógrafo, pose pra foto, papo legal, conversa divertida, enfim, a troca de idéias que te prova que aquilo que você ouve existe, faz parte de um mundo real, não foram meras palavras largadas sobre um papel e mais tarde musicadas pra ganhar um dindin extra e estourar nas paradas mundiais.

Eu gosto disso.

Gosto de gente de verdade, de música de verdade, cultura de verdade, letra de verdade, carinho de verdade...
É muito legal você poder dizer pro cara que simplesmente ADORA tudo o que ele escreve, tudo o que canta, tudo o que toca, por que isso tudo toca fundo na alma, e vira, mexe e remexe e explora a tua própria vida numa música real, escrita por alguém que não faz idéia que você existe, que não dá a mínima se vai "comprar" ou não a idéia posta no ar. Um alguém que uma hora destas vai aparecer num show, ouvir, pular, dançar e cantar, e depois vai se encher de mais alegria pra pedir dois minutos de atenção.
Tri bom abraçar essa gente que se gosta tanto...!
Você percebe que existe abraço real, abraço simpático, abraço de obrigação. Mas como fã é fã, e dor todo mundo sente igual, as vezes é melhor não sentir, nem pensar, pra não esmorecer. Que abraço bom!!!!!!!!!

Apesar de, sobre e a respeito de tudo aprendi algo importantíssimo.
Abraço bom, mas bom mesmo, é aquele que vem dos dois lados. Te aperta, te emociona, alegra e deixa uma sensação completamente feliz.
Não troco abraço nenhum por um abraço emocionado e verdadeiro de um amigo. De alguém que chega lá do fundão correndo, de braços estendidos, com um sorisso estampado na cara. Daqueles que te grudam, apertam, que, que... Que são de verdade.
Que deixam a sensação de dever cumprido, daquela coisa que não se sabe explicar, mas sabemos que é a substância essencial que preenche toda e qualquer relação. Que deixam uma nuvem de bem estar e felicidade que tocam bem fundo na alma do cidadão, que emocionam, que são.

Abraço bom é abraço que vem sem perguntar por quem.
Dado de graça, pra dividir, pra enlaçar, pra somar, ou seja, no final das contas, abraço bom é abraço que vem pra seguir o real significado da palavra. É a união de dois mundo, num mundo só.

É vai de duas mãos e aperto de quatro braços, num Laço só.

Um beijão e um quebra costela bem cinchado,

Nina

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Duendes: o nocaute

Dessa vez me derrubaram...
E derrubaram feio...


Sabe quanto tudo parece estar sob controle, tranqüilo, feliz, de bem... E de repente você - nem vê de onde - sente um baque surdo e uma força muito maior te puxando, te levando embora da realizade... E te derruba com tudo no chão?
Sem perguntar, sem explicar, sem se importar se você quer, se vai gostar ou não...?

Fui atingida em cheio...

... Por cinco criaturinhas que não chegam a ter um metro de altura, que ao me verem desprevenida, aproveitaram e atacaram sem dó nem piedade, me levando ao chão em milésimos de segundos, e só "parando" quando tinham me dominado completamente e me viam presa por um amontoado de perninhas e bracinhos me colando ao chão...

Foi só o tempo de colocar a quase menorzinha delas para o lado.

Meus pequenos me derrubaram, pularam em cima de mim e quase fizeram águinha nas fraldas de tanto rir daquela situação... E riam alto, e felizes, e cantavam, e diziam que a profe não ia sair! "Segura! Segura!"
E foi um tal de prende aqui, pisa na saia ali, gruda a mão no chão, puxa de um lado, tenta salvar a profe do outro. E juro, palavra que nunca pensei que um bando de criancinhas fosse tão forte para conseguirem me fazer ficar ali no chão parada, em baixo de fraldas.

Ah... Como sou fraca...

Fiquei ali, estirada. Rindo... Gargalhando junto com eles. Que só faziam mais era abrir os bocões em sorrisos enormes, gigantescos, fortes...
E essa galerinha foi tão forte que eu nem consegui me levantar... Verdade! Não conseguia me mexer!?

Voltei pra realidade de onde nunca deveríamos ter saído.
Eles me devolveram algo que esqueci...

Fui literalmente nocauteada.
Eu sou tão feliz... E nem sabia!


O meu maior sorriso pra você, que teve coragem de ler mais este pedacinho... E toda aquela coisa feliz que minhas crianças me mostraram!

Beijos,
Nina, a "Pofe"

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A inconstante transparência do (se) ser...

"Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém"
Biquíni Cavadão

Como é ruim ser Zé Ninguém, não ser visto, não ser enxergado, sentido, notado, percebido... Não existir.

Você tem todos os braços e abraços do mundo. É todo ouvidos, ombros, mãos, sofá, coração. Mas quando o dia não está lá muito bom, sua cara não é lá a melhor, e o dia é o seu dia de ganhar mimos e atenção...
E nada.
Nada acontece, nada vê, nada surpreeende.
Você não existe.

É o vidro incolor que protege do frio, a transparência da água que deixa ver os peixes, é o vento que refresca o calor, é o ar que se respira... E nunca se vê.
É tudo aquilo que se necessita, que se é necessário para viver e viver confortavelmente "vivo" pela vida, e exatamento como o vidro, a água, o vento e o ar você é transparente...!

Não se cobra nada que se distribua com amor e dedicação. Mas... Custa ser visível só um pouquinho?

As pessoas têm mania de pensar que os super heróis não são de carne e osso. Tem mania de transformar um ser humano bem normal e totalmente mortal em um ser inatingível, aciam de tudo e de todos, acima das calamidades, das inconstâncias, das incertezas.
A gente idolatra, transforma pessoas em mártires, em ídolos, em exemplos, em tudo de bo me mais um pouco.

Mas será que eles não sentem também?
Será que não têm o direito de chorar, de querer colo, abraço, beijo, carinho, uma mão pra dizer que tudo vai passar?

Não.
Amigos são sempre super-amigos!
Imagina... Vão eles chorar?
Conhece o Homem de Aço? É... Pois é, seu amigo é um deles!

E só te resta, se esconder, sentar e chorar.

Beijão,
Nina

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ex-pressa-R-se

Como é difícil a gente falar algo que tem vontade, não?

Tudo se estrutura na cabeça, tudo se arquiteta e na hora H, nada sai como o previsto. Talvez isto tudo aconteça por que há coisas que não precisam de explicação, não precisam de resumos ou de uma forma milimetricamente exata e perfeita para serem ditas.
Ou melhor, não precisam se ditas, devem ser demonstradas, transpiradas, inspiradas, aspiradas a cada instante, sem precisar de conctores, verbos, advérbios e dicionários que as externem e as expliquem.

Então você abre fogo com sua metralhadora bucal e quando tudo termina a sensação é de que não saiu nada do que queria dizer... E aí? O que fazer?

Complicado expressar, mas tão complicado quanto falar, ou tentar falar. Por exemplo, eu me defendo um pouco melhor ao escrever... Mas não garanto que é tão sempre assim que as letrinhas formam um amontoado com sentido e vida próprios que se jogam ao vento para se fazer chegar a ouvidos atentos - ou desatentos... Vai saber.

Expressar. Expressar-se. Expressão.

Não é lá muito fácil se fazer entender, muito menos fazer sair o que a gente gostaria que saísse.

Nada é fácil.
E se fosse simples assim, não teria graça nenhuma tentar dizer...

Bejón,
Marina

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Abra a boca

Passei meio domingo brincando de filosofar com dois peões da gestão regional. Muito legal.
Hoje, lembrei de um e-mail de um amigo que tem mil coisas na cabeça, a gente filosofa há anos, ele, pra variar, diz que não entende as mulheres, e ele me perguntou uma coisa que acho que vou responder hoje... Ou nem vou, por que a resposta pra pergunta sempre será sem pé, muito menos sem cabeça... Por que cada verdade é uma verdade e cada resposta... Bom, aí depende... Cada ser é um ser... E cada instante, é o momento certo de mudar.

"Ah, e porque diabos não falam pro cara que estão afim dele!?"

Você é você. Ponto. De repente, não mais que de repente descobre que está afim, gostando, ou "estranhando", alguém. Ponto. De repente, não mais que de repente, você encontra esta pessoa no meio do caminho e...
Agora visualize a cena:
- Oi!
- Oi!
- Mas tenho que te faalr uma coisa...
- O quê? Diga!
- Olha, sabe que eu estou afim de você!
Ponto.

Aposto que seu cérebro já se encarregou de montar a história na sua própria cabeça. E de arrumar um final pra ela. Arrisco dizer que se você está nas nuvens, a conclusão será com a frase "Nossa... Eu sempre quis dizer a mesma coisa..." e um smack apaixonado, e se você está num nevoeiro dos infernos a próxima etapa será "Ahn? Quê? Bebeste????" seguido de questionamentos sobre sua sanidade mental, gagueira, suor, palidez...

De qualquer forma, creio que uma "notícia" dessas gere mil conflitos, perguntas e respostas, mas só existem duas possibilidades ou vai, ou racha...

Mas por que é tão difícil tomar coragem e falar?
Não sei. E eu não sei mesmo.
Bom, na verdade, talvez saiba...

Emfim, deve ser aquele negócio enraizado na mulher, aquilo que as mulheres eram uma vez: escravinhas, donas de casa, "sim, senhor"... Aquele troço que todo mundo conhece, sabe e que ainda bem, não existe tanto assim mais.
Eram os meninos que tinham que chegar nas meninas. E a gente, no fundo, no fundo, ainda pensa assim... Como se eles tivessem o primeiro poder de decisão, e nós o último - sim (te quero) ou não (não quero ou não quero mais).

Concordo plenamente que a gente deve sim toamr a iniciativa e chutar o balde pra não ficar na dúvida, mas tem aquela parte que morre de medo da resposta e da reação.
Acho que todo mundo já tentou fazer isso... Alguns se traumatizaram, outros sairam faceiros da vida. O que assusta, talvez nã oseja a resposta, muito menso a verdade em si, mas o depois... E depois? O que vem depois? Como será depois?
Ai... Dá um medo...

Ainda mais se você já fez isso e levou um tufo do cão.
Bom, então, na próxima vez, você vai com calma, usa toda a calma do mundo, fica tranquïla, quieta, espera ter certeza, brinca de detetive e quando acontece... Tarde demais... Zaz! Alguém faz o serviço melhor do que você e sai com o teu trófeu na mão. Ao perdedor, não as batatas, mas fica chupando pirulito pra ver se adoça a vida.
E ainda, perde tudo o que tinha, mais o que não tinha e consegue a façanha de perder mais um pouco.
Aí, você fica com cara de tacho, pensando mil e uma coisas...

"Por que que tu não disse antes?" "Ué, por que eu tinha medo, vai que tu sumia de medo?" "Capaz... Eu não sou assim." "Ah, mas vai que você deixasse de falar comigo?" "Eu? Por isso? Nunca!"
Nariz de palhaço pra você!

Ou as pessoas mudam rápido demais. Ou elas montam personagens e brincam de Lego. Ou elas realmente se apavoram (conhece aquela máxima que diz que não se deve jamais sentar na primeira fila do balé?)...
O certo é que não há como prever uma reação.

As vezes esperar é o certo, as vezes não esperar é o certo. As vezes tudo junto é certo também.
Bom, a verdade é melhor do que a mentira sempre. E tirar a pulga atrás da orelha dá um alívio... Sempre.
Ou nem...
Ou aumenta a coceira mesmo e nem anti-pulga resolve.

Dá medo danado de revelar sim o que a gente sente.
Especialmente se está afim de alguém, principalmente se entram no jogo mil e uma coisas.
Medo. Pânico. Pavor. Ojeriza. Sim, aquela palavra que começa com "C" e termina com "aço" também. Dá um medo de perder tanta coisa...

Enfim, é um trocinho bem complicado. As vezes traumatizante. E no final das contas a gente tem que é seguir o coração. Sempre.
Por que na hora que for, as coisas vão dar certo.
Abra a boca!

Bom, tia Meg se "arrepende" de ter esperado demais sim...
E as vezes, tia Meg preferia mesmo era ter perdido só algo, pra não perder tudo...

Bejón,
Megara

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Minhas mãos estão cansadas... Ou nem???

Hoje li uma frase (que não vou postar aqui) que falou fundo... Me fez pensar em várias coisas.
E hoje, a pergunta que mais grita na orelha (há um bom tempo, na verdade) tem muita "compatibilidade de gênios" com uma música do Nenhum de Nós que diz assim
"... Minhas mãos estão cansadas/Não tenho mais onde me agarrar/Eu não vou mais me (lhe, te...) segurar/Vou deixar que você se vá..."
No encarte do Acústico 2 você poderá ver que os guris dizem que tanto faz "me, te, lhe" segurar.

Até que ponto é desistência, até que ponto é descanso, até que ponto a gente se permite retroceder um pouco pra conseguir respirar e seguir em frente?
Até que ponto a gente deve seguir, insistir, tentar e continuar?
Até que ponto?
Qual é o ponto onde devemos parar, pensar e tentar descobrir se devemos continuar segurando com força, ou largar tudo de vez?

Desistir é uma palavrinha bem complicada, cheia de ângulos e olhos. Persistir, insistir requerem muita força, coragem, fé e uma pitada de amor próprio, muitas vezes.
Quando nos damos conta que respirar é difícil, que ouvir é algo penoso, que ver é depreciativo, que há algo estranho no ar, é preciso parar e respirar muito mais do que parar e pensar. Pensar exige um esforço grande, contínuo, exige físico, emocional, psicológico. E de tanto pensar a cabeça pode entrar em curto circuito, então é bem neste ponto que respirar faz a diferença...

Se eu prosseguir, perco tudo...
Seu eu parar por aqui... Posso perder mais ainda...
Ai meu Deus!? O que eu faço? O que é correto fazer: ter esperança e lutar, ou lutar e morrer?

Ir pra frente exige escolha, voltar para trás também. Ficar parado... Também!!!! Tudo será decisão, tudo implicará em ganhar e perder. Tudo implicará em ganahr-se e muito, em perder-se...
Mas será que as vezes não é necessário perder-se um pouco pra se ganhar (ou ganhar-se)?

Quando minhas mãos estão cansadas e não tenho mais onde me agarrar tudo dói, a cabeça gira, o coração aperta, fico sufocada e com a alma na mão... Como sou parte bobona, eu choro, fico triste, calada, quietinha... E não sei pra onde correr.
Minhas mãos estão cansadas.
Não sei se devo me agarrar ou deixar-me morrer...

Quando eu penso que não há mais por que lutar... Eu penso melhor e vejo que há sim por que lutar.
Sim... Pode ser uma grande besteira conseguir encontrar razões para lutar, não desistir, acreditar... Mas, como diz a propaganda: sou brasileiro e não desisto nunca!

Ei, tudo o que realemnte vale a pena, não pode fenecer.

Bom findi,
Beijos,

Bicho da Goiaba

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada, seja lá onde ela for.
Vou-me embora pra Pasárgada na vã ilusão de esquecer...

Adoraria estar indo embora e nunca mais voltar. Esquecer de tudo o que detesto, mas esquecer principalmente da maioria das coisas que eu gosto.
Quem me dera poder arrumar todas as minhas trouxinhas e comprar uma passagem, comprar passagem não, pegar minha vassourinha encantada e rumar pra Pasárgada, não pra ser amiga do rei, mas pra viver lá calma e furtivamente, pra re-escrever toda a minha história e desta vez, com caneta dourada com pinguinhos de lilás...

Queria ir pra Pasárgada, descansar a cabeça e matar um bando de coisa dentro de mim.
Queria ir para lá e andar de pé no chão, sentir as pedrinhas embaixo dos meus pés, correr na terra seca, subir em árvore, brincar de esconde-esconde, roubar doze mil florzinhas dos jardins!!!
Brincar com as minhas bonecas que estão - coitadinhas - cheirando o mofo e o aroma abafado do sótão da minha casa. Pegar minha casinha de pônei, levar para um lugar qualquer e brincar tudo de novo! Pegar a baciazinha, fingir que é o rio mais bonito do mundo e colocar meus pôneis lá dentro... E que quando os tirasse de lá, não tivesse que me preocupar com os cabelos enozados que só nós, meninas, sabemos como ficam depois de se dar banho em cabelo de boneca.

Quero de volta todas as roupinhas das minhas Barbies! E fazer sua casinha com todos os potes e caixinhas que sobram em casa.

Em Pasárgada, seria somente eu. Sem estresse, sem atropelamentos, sem desespero, sem medo, sem agonia, sem insegurança, sem peso na alma e no coração.
Ia correr no vento, pisar na terra, me encher de "miqüim" na grama, fazer meus deliciosos bolos de terra e esquecer de tudo que não quero lembrar.

Minha anestesia não chega... Todos os ventos em que meto a cara não levam meus pensamentos...

Estou cansada da vida. Estou cansada de mim.
AH, tá, nem é tanto assim...!!! ; )

Vou-me embora pra Pasárgada, e parto hoje.
Como chegarei lá, não sei... Mas o primeiro passo é bem agora...

Beijos,
Princesa do Figo Bichado

terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Arte de DesAfiar(Se)

Lá ia eu bem bela dizer: adeus agosto, mês do desgosto...
Que besta... É setembro que vai embora!

Eu estou pesada. Mil obrigações e deveres, doze mil vontades, treze mil prós, vinte e cinco mil contras. Uma tonelada e meia de livros pra ler, outra que eu gostaria de ler sem obrigatoriedade, coisas por fazer, mudanças que talvez cheguem, novidades, enfrentamentos, confrontamentos.
Um saco de viver.
Um tédio de ler.

Mas observe bem o post anterior e reflita sobre a pergunta.
Sem graça, né, receber uma pergunta sem maiores explicações, motivações ou acompanhamentos... Uma hora dessas eu explico o por que da pergunta, detalhando tudo e tals (estou com preguicite aguda também e fome, o que me retarda mais os pensamentos).

Se você pensar nela superficialmente, não vai achar graça nenhuma nela, nem pensar direito vai conseguir, mas se tentar virar um filósofo de pouco mais que meia tigela, vai entender o que quero tentar dizer.

Adivinhe quem me deu um soco no estômago finalizando um texto com ele? Dona Martha Medeiros.
Será que a gente quer passar toda a vida senatda em frente a um computador com pilhas e pilhas de papéis ao redor? Será que quer continuar com o cabelo castanho e pele branquinha pro resto da vida? Será que quer usar sempre calça comprida pra esconder cicatrizes? Quer continuar seguindo no mesmo passo toda a caminhada? Quer ser sempre educada e não ousar falar palavrões?
Manter aparências, se vestir de acordo, trocar de telefone como troca de meia, não ofender, não criticar, manter-se sempre na sombra e fora da linha pro trem não pegar?
Será que vale realmente a pena viver de acordo com pessoas que muitas vezes não existem só pra não contrariar?

Se puder, assista "Antes de Partir", com o Morgan Freeman e o Jack Nicholson. O Deus e o quase Diabo (leia-se Deus mesmo em "O Todo Poderoso" e o canibal Hannibal Lecter) juntos.

Será que é tão válido assim viver para as convenções da sociedade, para as regras sociais de certo e errado, se colocar em segundo plano só pra ver alguém melhor?
Quanto vale deixar de si mesmo para ver um outro final?

Humm... Que coisa não?
Será que se alguém chegasse pra gente agora mesmo e dissesse "Você só tem "este" tempo de vida" faríamos algo diferente? Mudaríamos o rumo de alguma coisa e trancaríamso todos os nossos medos num armário pra começara a ser feliz perto do fim?

Será que a inquietação que tantas e tantas vezes nos persegue não seria um martelinho xarope que tenta desesperadamente nos apontar o caminho certo?
Não que eu acredite tanto assim que existe um caminho bem certo, mas acredito que todos os caminhos levam a algum lugar...
E mesmo as preces que fazemos a um Deus que parece surdo são ouvidas...
Os surdos somos nós que não sabemos ouvir o que as mensagens realmente querem dizer...

E tu, conseguiu pensar no que TE faz feliz?

*************************************
Muito cuidado quando eu disser que não sei o que falar... hahaha
Eu geralmente acabo falando pelos cotovelos...

Beijos,
Eu

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Di-va-gan-do tchê

E lá se foi ela outra vez...
Lá foi a Semana Farroupilha pra deixar saudade - ou nem - e retornar no ano que vem...

"... O amor por esta terra / não tem como explicar...
... Não é chuva forte / é temporal..."
(acho que é isso que diz a música)

Durante uma semana (tá, põe duas na conta) os CTGs são lembrados, e chamam o povo pra fazer apresentações, e as crianças aprendem sobre lendas e a Dança do Pezinho na escola, e descobrem um tal de chimarrão. Ah, sim, a lenda do Negrinho não pode faltar.
Prometo que vou pular a parte dos pais que, desinformados, metem uma roupa de caipira nas crianças e dizem "pronto, que belo gaúcho"... Pra criança não é isso que importa.
Não existe nada de mais belo e misterioso do que ver aquela gente diferente, de roupa esquisita, dançando umas músicas legais... Ah, e toda prenda é uma fada, fada não, princesa saída direto dos contos de fadas: de vestido comprido, rodado, colorido, enfeite no cabelo, fita e flor, jóias (o tão desconhecido camafeu e sua moça muda e quieta)... Uau... Uma prenda aos olhos de uma criança é um ser vindo diretamente do céu.

E são realizados muitos bailes, e dança dos facões (que deixa todo mundo de boca bem fechada e queixo bem caído, como aconteceu no sábado a noite), e dale Chico do Porrete... Anú, Tirana, Pau-de-fitas, Balaio, Chimarrita... Chula, troca, prosa, milonga, vaneira, chamamé...

Uma coisa engraçada: andar de faixa. As pessoas ficam olhando pra você com cara desconfiada, cara de nada, cara de paisagem, trocem o beiço, fazem careta, riem baixinho, espicham os olhos pra ver o que está escrito...
Você recebe o rótulo de metida, esnobe, chata, "cri-cri" das tradições... (Bom, mulher inteligente já causa medo normalmente, mulher de faixa então... haha) Tem quem te pára pra pedir pra bater foto, que não sabe mais como se virar ou revirar pra entender o que está escrito em letras miúdas. Ah, tem quem se aproxima por que você tem cargo (belos idiotas, a prenda de verdade fica pra baixo da faixa e bem pra dentro do vestido). Mas tem quem se aproxima por que te achou simpática, por que você parece divertida, por que sentiu confiança...
E esses laços de confiança são MARAVILHOSAMENTE ETERNOS...

A gauchada toda se reúne pra ver as apresentações, pra rir, pra meter o bedelho nas danças dos outros, pra dançar nas danças de integração, pra tocar gaita unida, trocar umas idéias, contar a novidade do acampamento. Ver tiro de laço, desafiar pra chula, chorar na declamação, pra cantar, pra tocar, pra ter o prazer - simplesmente - se de sentir um pouco mais igual. Pra botar pra fora o que sente. E sem se sentir tão deslocado assim.
Acredita que tem crianças que não sabem que são gaúchas?
Pois é, tem toco de gente que pensa que só é gaúcho quem veste pilcha e está em CTG...

Eu me apaixonei pelo Rio Grande quando estava na 4ª série... Lembro até hoje que aprendi o Hino do Rio Grande do Sul e a professora trouxe várias fotos de indumentárias históricas e foi explicando... Uau... Lembro disso, só e muito. E nunca esqueci nem um pingo daquilo tudo.

Bah, que mundo mágico que toma conta da cidade nestes dias... Os ônibus pintam bandeiras do estado no vidro, as lojas escrevem e enfeitam vitrines, o pessoal que usa bombacha todo dia é mais visto ainda. E todos nós temos nossos dias de glamour, sem ouvir muitos "que maluco é esse..." ou outros gracejos sem a mínima graça que voam para nossos ouvidos quando passamos por uma avenida lotada de gurizada (bobódramo) que está enchendo a cara de trago num final de dia de sol... E você saíndo ou indo na contra-mão, passar o dia de sol lindo de morrer trancado no galpão, ensaiando movimentos, ouvindo um trololó dos infernos por que errou o passo 12 da figura número três da música tal...
hahaha E é tão ruim ficar sem esse trololó...A gente reclama, mas não sabe viver sem...
Só quem teve que parar, ou quase (ai meus joelhos...) sabe como a porca torce o rabo com isso.

Estou muitíssimo feliz com isso tudo.
Fazem uns 20 dias que passei minha faixa de 1ª Prenda do CTG e agora só sou a 3ª Prenda da 11ª RT (Região Tradicionalista) com todo o orgulho do mundo.
Tenho saudade sim da minha gestão (que continua pra sempre MINHA gestão, meus filhos, netos, bisnetos, maridos, tios, sobrinhos...) e de ser a 1ª Prenda do Laço Velho. De tudo o que sempre nos divertiu, de ter minhas criaturinhas por perto obrigatoriamente, por que já avisei que eu serei sempre a Mami, a 1ª Prenda "mandona" que adora de paixão todos os seus pimpolhos... A portadora do relho. Mandona nada, coração mole sim.
Tenho orgulho danado de ser a "Sub Prenda" da Região.
E agora estou vendo que atingi meu objetivo principal ao me aventurar num concurso desses: cativei sim algumas pessoas, fiz si que enxergassem o que eu enxergo e gostassem pelo menos um pouquinho do que eu gosto e por que gosto...
Esse é o verdadeiro mérito de se ter um (en)cargo desses. ; )

É verdade...
Não deveria ser feriado durante um só dia (dia 20, para os desavisados), mas sim por uma semana no mínimo... Só pra gente poder botar por mais tempo pra fora os reais motivos disso tudo, as verdadeiras intenções e motivações que levam uma tropa de "locos" a vestirem duzentos quilos de roupas, se enfurnarem num galpão em dias de inverno, verão, primavera, outono... Depois da faculdade, até às 2 da madrugada, deixarem de lado convites, saídas, festanças, matarem estudos, correrem de um lado a outro... Escolherem vestido, bordado, tipo de favo, lenço, nó apropriado, música, ritmo, instrumento musical...
Pior, como dizemos, a gente se ferra, mas se diverte.

Pensando bem... Que povinho mais "loco".
Eita povo loco de bueno!

Beijos,
Nina

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Semana Maltrapilha

Ah, tá pensando que errei o nome é?
Negativo, pensou errado. Usei um termo bem parecido pra designar a mesma coisa, pra usar e falar da semana em que nos encontramos agora e que poucos sabem realmente o que significa. E talvez pior, só lembram "quem são" ou "quem somos", apenas por nossa amada Semana Farroupilha.

Bem fácil sair, procurar, entrar e comprar uma roupa, um traje, uma pilcha de gaúcho. Difícil é entender o por quê das coisas, entender o motivo que leva alguém a se vestir assim ou assado, a usar isso ou aquilo, a não usar aquilo, não permitir aquilo lá, andar assim, ir assado...
Bem fácil...
Bom, nesta semana, todo mundo vira gaúcho, compra bota, bombacha, alpargata, chapeú e sai pra rua. Até as mulheres viram "prendas", calça justa ou bota campeira, bota bico fino (ou grosso mesmo), chapéu. Se amarra lenço no pescoço e acaba abafando todas, por que é gaúcho de fato. Maizá galo velho!, como diria meu amigo Cusco.

Com tudo isso, eu é que depois tenho que me sentir um extraterrestre por andar de vestido de prenda, cabelo arrumado (na medida do possível, diria o Lúcio se não fosse a Carol a fazer meu cabelo), faixa, maquiagem em pleno Centro da city, ir pra lá, ir pra cá, vai levar flores no cemitério, vai visitar a mãe no hospital, enfim, cumprir minhas obrigações e deveres vestida de pilcha.
Minha irmã perguntou quando saí do hospital "e aí, como te olharam?", respondi "não muito diferente de quando fui ao cemitério". Gente... Eu por acaso estava nua?

Não tenho a míniam vergonha de ir de um lado ao outro toda paramentada. Tá, prenda é um trambolho ambulante (por que só nós sabemos o que é ir ao banheiro cheia de saias, saias de armações e tecidos, ter sempre uam cadeira ou um pé em cima de nossos vestidos), mas eu morro de orgulho de me vestir assim. De representar minha cultura, as tradições do meu estado, que é formado pela contribuição de diversos povos e raças, que nos emprestaram suas histórias, danças, músicas, jogos, lendas...
A-D-O-R-O estar assim, por que sei o que significa minah vestimenta e sei me defender, deveras bem, de qualquer um que afie a língua para dizer que não temos cultura, de que não temos identidade, de que "pegamos" as coisas e simplesmente as usamos...

Vá te informar, meu filho!

Somos o povo da guerra dos 10 anos, um bando de malucos que brigou contra um Império inteiro. Temos homens que usam calça larga e mulheres que cobrem o corpo. Trabalhamos no campo, andamos a cavalo, cuidamos da terra, guardamos nossas histórias, cultuamos as nossas tradições.
Fazemos parte de um povo que resgata danças, re-constitui fatos e se orgulha de um passado de muitos colonizadores, invasores, bandidos e heróis.

Cantamos a saudade, a dor, o amor, a beleza da terra, enaltecemos a prenda, prezamos nosso trabalho.
Sabemos nosso Hino, nos orgulhamos de nossos brasões.
Vamos embora, voltamos, ou não voltamos mais. Mas é aquela velha história, a cabeça sempre repousa por estes campos...
Empunhamos nossa bandeira, falamos alto, usamos nossas expressões. Brigamos, discutimos e xingamos, mas temos encrustada na alma a doçura, a ternura, o amor, a delicadeza. O homem gaúcho é duro, forte, bravo, mas é a fian flor dos campos, que canta o gosto do orvalho na boca de sua mulher, a qual, de tão hermorsa e preciosa, toma a delicadeza de nominá-la prenda...

É...
Somos tidos e chamados de metidos, descarados, bairristas e desavergonhados quando o assunto é o Rio Grande do Sul...
Ora bolas... Que fizemos nós de errado se só fazemos (cantamos, escrevemos, dançamos, recordamos, resgatamos...) o que todos deveriam fazer pelo seu mesmo pago?

Um beijo bem estalado e um quebra costela mui forte,
Nina

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O primeiro dia do vazio

Ô coisa ruim que se apodera da gente...
E as coisas vêm de vagar, tornam-se corporais, virais, gripais, gargantais e tomam forma de corpos mais estranhos ainda que invadem seu corpo.
Eita vida composta de inimigos e amigos de inimigos.

Talvez apareça para lembrar que existem sim dores que doem mais, que irritam e atrapalham gigantescamente a vida da gente... E a gente tem que se virar e melhorar.
Bem facinho assim... Bom se fosse que pra tudo na vida se pudesse entrar na farmácia e comprar remédio. Se entupir de química e remédio, de chá e cama, de cama e sopa, de caldo e descanso, de sono e remédio, de suor e expulsão.

Estranho andar mais sozinha ainda, sem olhar para os lados, sem sentir tanta coisa assim...
Quando você pensa que está só, que fez a maior besteira da sua vida o rádio te brinda com uma surpresa indescritível... E toca aquilo que diz o que sinto... Sinto ou senti?
Deixa quieto... Na caixinha de surpresas, no baú de recurdos, no calabouço da memória.
Deiza assim, deixa eu pensar que consigo ir pra frente, pro que lá no ponto distante "alguém" vai perceber. Deixa que o tempo digo a verdade, que a cabeça descansa, que o corpo se desafogue, que a alma não sinta, só pressinta... (Deixa acreditar que eu consigo ser forte...)

Meus inimiguinho novos me acompanham neste breve longo dia de cansaço, me derrubam bem mais lá no chão. Me mostram com quantos paus se fazem uma canoa, deixam meu corpo quase morto para enfim, em breve, ressucitar...
Vamos trocar anticorpos!
Uhu... Bem, vendo por este lado, nem parece doer tanto...

Smack!
Princesa do Figo Bichado

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A dor do parto

Não é lá muito fácil ter que se despedir de nada na vida.
Despedidas geralmente são muito polidas, sentimentais, tristes e difíceis... Não é muito simples despedir-se de nada, ter que largar algo, abandonar alguém, deixar uma lembrança para trás, um lugar importante, deixar alguém ir...

Não falo de tristeza, de sentimento, daqueles "tchaus" que contém uma forte carga de apego, aquele apego forte, duro, traiçoeiro, possessivo. É aquela tristezinha até que "boa" (seria saudosismo?), que vai levando alegria, boas recordações... Tá certo, recordações nem tão gradavéis assim também, mas essas a gente esquece, releva, por que não há nada melhor do que partir levando na mala só o que foi azul, só o que é gostoso demais...
O ruim? Ah, desse se tira proveito, aprendizagem, nova roupagem...

Não é fácil deixar coisas de lado, principalmente se elas não estão totalmente mortas e enterradas.
Não é fácil tomar certas decisões e arrumar a mala para novas tentativas. Vai saber, novos mundos podem existir por aí, não é?

É complicadinho ir querendo ficar, estar aqui querendo estar lá, estar lá com a cabeça bem acolá...

Etapa vencida, superada, ultrapassada.

Será que é assim tão fácil e seguro?
Será que a decisão é 100% correta?
Será que é o melhor?
Será que não se vai perder ao invés de ganhar?
Será que tudo volta?
Será que é melhor assim?
Será?
Será?
Será?

Quem na realidade saberá?

Não sei... Só sei que nada sei.
Mas despedir-se é o que há.
Dizem que um tempo faz bem a qualquer um... E além do mais, a gente pode descansar o espírito, esfriar a cabeça, refrescar os olhos, "mudar de casa"... Descansar é uma coisa, desistir... Ah, essa é outra bem diferente.

Partir quando é muito complicado ficar... Cabeça, tronco membros, coração, razão, pensamentos... Todos vão tentar.
Por enquanto, é triste (tristíssima) a dor do parto, mas, por enquanto, tenho que partir...

Beijos,
Nina

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Anestesia

Sabe quando de repente, não mais que de repente você faz a útima coisa que deveria fazer no mundo?
Sabe quando você sabe o que pode e deve fazer e mesmo assim não consegue criar jeito de frear qualquer coisa?
Sabe quando tudo o que você deveria esquecer é o mais que consegue lembrar? E você vai, mexe, vira, remexe e tua cabeça não saí de lá?

Que tédio de vida quando você pode ter mil possibilidades, criar mil novas invenções, pensar doze mil coisas que prestem e tua cabeça não vem, só fica lá.
Pois então, sabe quando você pensa, e nem é questão de pensar, teu cérebro, teus pensamentos voam, vão além e voltam pra fatos que deveriam apagar completamente de qualquer memória, ou voam longe e acabam projetando o futuro, construindo coisas, vendo miragens futuras... Não, e a topeira do teu cérebro de pitanga não consegue se tocar que para qualquer lado que pretenda ir - ou vá - o negócio é construir alicerces, preparar bases, ajeitar o terreno... E... E... E bem talvez esperar.

Esperar...
Esperar te dou nos cornos! Coisinha mais ridícula de se fazer. Tosquices dos idioats que confiam, que "confiam", que "esperam", que "criam", que se iludem, acreditam, têm esperança...
Povinho mais besta!

Que nojo de olhar pra trás e ver certas coisas no "passado-presente", época de quando se espera(VA) um "presente-futuro" pra conjugar.
Écaaaaaaaa! Cospe no chão e bate na madeira três (mil) vezes que é pra (bem) isolar.
Uhu, passadinho ridículo, de palavras bestas e crenças bestiais...
Éca, dá nojo pensar na burrice dos seres, na ingenuidade das antas, na crença das bocabertas, na verdade das pessoas. Dá nojo lembrar da burrice, que de tanta, dói.

Uhtê cerebrozinho ridículo, besta, brega, chulo. Vidinha tosca, sem vida, sem graça, povoada de desgraça e idiotice.
Péra que esqueci do argumento mais válido e certeiro: estupidez mórbida, congenita, agregada à vida, à esperança, à crença, à certeza, à ilusória alegria, à falsidade dos seres.
Em quem tu confia?
Em quem pode confiar?

Dizem que na escuridão da noite até tua sombra te abandona.

Mas nem com, nem sem sombra, mas nem com ou sem dia, ou tempo, ou idéia, ou certeza, ou razão... Sem nada e sem tudo. Com nada e com tudo. Sempre, sempre, agora e tanto, só existe fingimento e um poço de ridícula ilusão.

Sai de mim pensamento que não te pertence. Sai de mim pensamento que não me pertence.
Some de mim lembrança idiota, mesquinha, fétida, ridícula.
Vai te embora!

Eu pedi ANESTESIA!

...
Sem grandes beijos,
Alguma de nós

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Lulunorices...

Você já foi trocado?
Já se sentiu humilhado, enxotado, o pano de chão do mundo por ter sido trocado por algo, ou talvez pior, por alguém?

Hum... Só quem passou por isso, sentiu na carne a sensação de "eu sou um lixo" sabe o que é se sentir pior do que algo, menos do que aquilo, inferior a tal... Isso sem contar as diversas e infinitas perguntas que vêm pairar na sua cabeça para tentar assombrar ainda mais a situação...
"Por que é melhor do que eu?", "O que ela tem de melhor?", "Por que eu não fiz isso antes?", "Por que não aquilo depois?", "Por que não me compreendem?", "Por que presumem?", "Por que eu não posso ter uma chance?", "O que tenho de ruim?", "O que não tenho mais de bom?" E por aí segue, e segue mesmo o baile.

É terrível se sentir trocado por algo, que aparentemente não tem nada melhor do que você.
É cruel ter que ver que existe algo muito melhor do que você, e você (tontinho da vida) não consegue nem enxergar uma vírgula, um pontinho, uma coisinha sequer de melhor naquilo que te atingiu bem em cheio, bem no pino de centro.
E nem deve ter nada de bom mesmo...
O ser idiota (estúpido) é tão burro que nem sabe ainda enxergar o que você tem de tão bom.
Deixa assim, vai. Um dia a casa dsaba, a cortina caí e alguém se dá conta.

Ser trocado é uma lástima, um erro, uma tristeza sem fim.
Dói tanto...
Incompreende tanto...
A gente fica sem saber o quê do quê por quê...

E como magoa...

Mas eu nunca havia cogitado a hipótese de ser posta totalmente à prova na cara dura...
Foi "ofensa", dano demais...
Golpe baixo, bem baixo...

E eu tive que ouvir, num dia frio de rachar "Ô vó, ou sacolé ou a Marina!"
Em sua ampla sabedoria em meio metro de gente, Luiza impôs sua vontade.
Uau! Ufa!
Enfim, ganhei e sobrevivi pra contar!

E o sacolé...
Hummmm... Ele também!

Viu só? Eu ganhei!

Beijos,
Prima da Lulu

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O "Mimoso" que roubava cadernos

Sabe que me ocorreu uma coisa...
Dentro desses diversos universos que se escondem dentro de mim, esse silêncio, essa sensação de "sei lá o quê" estavam me atormentando um pouco... E eu acabei lembrando de uma coisa, na verdade, lembrando mais ou menos, por que um dos meus mecanismos de defesa é excelente, trabalha mui bem, e deleta copletamente certas datas (deveria apagar outras lembranças também - seu ineficiente! retiro os elogios que acabei de dar)...
Agosto se torna um pouquinho sombrio e triste para mim, por que esconde - numa destas datas deletas -, mascara, a lembrança de um dia meio friozinho, de céu azul e lindo em que voltei do trabalho, segui minha rotina e fui levar minhas cachorras pra fora (fazer xixi sendo mais precisa). Olhei pro céu e, apesar de amar tirar fotos de qualquer coisa que os olhares mais supérfluos digam inanimados, bater uma repentina vontade de tirar uma foto do céu...
Eu não fiz isso.
Mas também nunca esqueci daquele céu azul, com nunvens branquinhas, branquinhas, daquelas que você olha, e de refletir o sol, chaga a doer nos olhos.
Esse foi um dia bem estranho e só o entendi quando tocou o telefone, eu sabia que era para mim, o "sufocamento" estranho passou, atendi e recebi uma notícia lá...

A sensação de sufocamento passou, para dar espaço a uma sensação de vazio e... Solidão? Impotência? Arrependimento? Tudo "xunto reuníto" (como costumávamos dizer na escola, época do segundo grau...)?

Vamos lá, e começa a sessão "passa a diante"...
Caralho, que merda.
Essa foi a frase do Rodolfo.

Têm cenas, têm frases, as expressões não saem da minha cabeça.
É dose se reunir e ter que procurar as pessoas pra dizer assim "oi, tudo bem?" (mas que tudo bem da onde, velhinho???? Ele diria), "olha, tenho uma coisa pra te contar..."

Foi um negócio assim que foi aquele dia de agosto, que mesmo que tente, eu não consigo lembrar a data. Não esperem todos os detalhes, por que eu acho que não quero contar. Foi um negócio estranho, um estampido seguido de um silêncio profundo, cortante, dolorido... Sei que foi nesse dia que eu peguei medo de silêncios e de "me deter", de me economizar, de ter vergonha, de ficar com vergonha, de pouco falar, de nunca dizer.

Culpa tua Roger, velhinho!

Ele me ensinou que não existe depois, só existe um "tempo verbal de ação", o AGORA.
A gente nunca se aprofundou em saber quem eram nossos pais, nossas cidades, nossas vidas fora da escola. Compartilhamos aulas, ajudas, bagunças, tirações de sarro de professores, trabalhos na horta, danças no CTG da escola, a preocupação dele com meu coração, amigos de escola...
Uma amizade não precisa de um livro de história, precisa de sentimento, de verdade, de companheirismo, de risadas...
Mas faz falta dizer né...
Uma vez, numa guerrinha de giz enquanto a professora estava de costas, ele me acertou um giz no meio da testa!
Cara, ninguém imitava melhor a profe "Cabelo de fogo" do que ele!
Uma vez, nos fizemos um interrogatório voltando de uma visita técnica. Ahhhhhh, ele ia para as zonas de meretrício e contava pra gente como era. hahaha Quantas risadas....

A última vez que o vi, um ano antes, ele estava com seu carrinho vermelho, todo metido a gostosão (ah, ele podia, era lindo! Grande, "forçudo", divertido, alegre, amigão... Mimoso. Quindim!!!!!).
Ele se despediu de mim, me deu um abraço.
Quando ia soltar eu segurei. "Ah, deixa abraçar mais um pouco".

Foi o abraço mais apertado e bom que eu ganhei.
Sabe aquela frase que todo mundo sempre diz "faça como se fosse o último da sua vida"?
Pois é, então, esse foi o nosso último abraço...

Beijão especial pro Gordo, o Mimoso, o Quindim, ou simplesmente, o Roger!
*Meu fã de carteirinha, que roubava meus cadernos de escola pra ler as poesias que eu escrevia... Essa é pra ti, meu eterno amigo!*

E um beijinho pra todos vocês,
Marina - Agricolina

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Aviso aos navegantes

Hum...
Adorei! As controvérsias começaram a aparecer.

Esqueci de avisar uma cosita sobre meus e nossos escritos: nem sempre o que se lê é o que está escrito. E isso é a grande graça da leitura.
Eu escrevo, Nina escreve, Megara escreve, outras eus escrevem...
Eu leio diferente, Nina sente outra coisa, Meg vê outro ângulo, você vê outro, ele lê outro...

As vezes o que está escrito é bem isso que é. As vezes o que está subentendido é o que é.
Nem tudo está escrito em palavras. Os sentidos também falam.
A alma sabe escrever. O coração pode sentir. E ninguém pode entender...
Não estou aqui para explicar, nem talvez, para confundir.

Até por que tia Meg aqui não escreve claramente para os olhos...
Escreve bem mais para o substrato dos seres...

; )

Beijos,
Todas as Nós

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

E o Google não é Deus...

Prenda regional não sente frio, não sente fome, não sente sono, não sente nada.
Essa foi a frase que marcou o dia da última fase do concurso regional de prendas... Uma vez, uma amiga disse sob um sol escaldante e um calor infernal abaixo de camadas e mais camadas de tule e de um vestido de prenda "Tu é uma prenda e não a Mulher Maravilha".
Prenda não pode mascar chiclete, não pode agarrar um amigo, não pode pedir colo, não pode estar de mau humor, não pode estar de cara lavada, não fica triste nem felicíssima, não sente dor, não pode ficar brava, e também não pode chorar.
Prenda de faixa tem que ter sorriso estampado na cara 205% do tempo, tem que ser amiga de tudo e de todos, deve pedir licença, desculpas e obrigada. Alguns acrescentariam a esta lista um grande "e deve andar de orelha baixa o tempo todo".
...
É...
Eu acho que entregaram a faixa para a pessoa errada...
...
Uma prenda diz sim para todos, e diz não ao modismo, ao inovador demais, aos galanteios baratos (e aos caros também), senta de perninha cruzada, coluna ereta, fala certinho, inclusive todos os "Ss" e todas as vírgulas de cada palavra. Tem que acordar cedo e dormir tarde, correr de um evento a outro, ser modelo de comportamento, cultura e inteligência, é... E tudo em cima do salto da sapatilha, sem descer a classe.
A portadora da faixa é bela, elegante, nobre, eficiente, culta, inteligente. Entende de história, de guerra, de música, de tradição, de chimarrão, de culinária, de artesanato... É um modelo de tudo que for predicado. Ela é o sujeito, a ação, o espelho, a etiqueta e a história em pessoa.
Ela é a dona dos olhares, das ações, das atitudes e a senhora de todos os atos.
Não deve sair da linha.

Uma prenda não pode falar muito, não deve se expor, não pode declarar tanta opinião, nem traços de rebeldia...
É um ser supremamente antigo na modernidade de nossos dias...

É... Entregaram a faixa pra prenda errada...
Por que ela chora, ela sente, ela se irrita e fica extremamente indignada.
A Primeira Prenda se decepciona, fica cansada, machuca os pés com sapatilha apertada, fica sem respirar com espartilho comprimido, ela vê, ela enxerga, ela não acredita... Se revolta, não acredita, ela vê tudo o que acredita se acabar... Ela fica louca de revolta, e no meio do barulho o silêncio se faz presente.
Em meio a guerra de idéias, ao rebuliço de emoções, a tantas palavras, leis e regras ela grita...
A Primeira Prenda não acredita..
O grito é reprimido e apertado. Novamente sua boca se fecha...

Por que a Primeira Prenda tanto estuda, se toda a lei não é cumprida?
O que acontece quando ela vê que não adianta estar escrito, não adianta se comportar, não adianta chegar cedo, ficar de boquinha fechada? Será que ela entendeu a Carta que leu?
Não...
Ela não tem nome, ela não tem idéias, ela não tem vontade.

A Primeira Prenda retoca a maquiagem, ajeita a faixa no ombro, respira fundo e sorri...
O Google não é Deus... E Deus mudou de nome...
Ainda bem que Ele deu mais que um rostinho de porcelana e uma faixa de couro ao seu peito... Por que abaixo de todas as camadas de laquê, tecidos e fitas, ela tem sim algo que sua Carta de honra prevê... Ela tem muito mais do que isso, e isso tudo não veio acompanhado do pedaço de bicho morto, nem foi requisito de todas as provas que passou...
Pra tirar a alma do gaúcho precisa um pouquinho bem mais...

Com dor e carinho,
Nina

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Ser ou não ser? Quem és é a questão...

Oie...

Quem sou eu?
Hum... Boa perguntinha sem resposta.
Talvez uma louca sem noção, ou com noção de mais para enxergar qualquer coisa muito rapidamente ou que esteja na frente do próprio nariz. Uma guria, uma moça, uma criança, uma criatura, uma fadinha lilás, uma guerreira Ciméria, uma prenda...

Língua afiada, nariz comprido, jeito engraçado. Se fala pouco, não fala, se abre a boca, fala demais. Sem modismo, sem vocação pra mulherão, sem vocação pra ser jeitosa e toda arrumadinha.
Acredito em fada, em duende, em sapo, em história de príncipe encantado. E desconfio de todos eles ao mesmo tempo. Acredito em muitas coisas e aprendi a desconfiar da maioria delas também.
As vezes penso demais, as vezes penso de menos, e geralmente entre em ação a qualquer momento - pra variar, certamente é o errado... Procuro não economizar sentimentos, nem esconder o que sinto. Exlodir, entrar em erupção, ferver. Derreter-se, açucarar-se, doar-se. Enfim e pra variar, trocar os pés pelas mãos.

Meio desengonçada, mas praticamente 1,80m de puro doce amargamente esculpido, se bem que esse amargo anda fazendo detalhes demais nessa escultura mal feita, de pele, ossos, alma e muito coração.
Não sou boa, não sou má. Sou um ser humano bem normalzinho até demais. Sou sempre um misto de tudo e qualquer coisa, estando aqui, quero estar lá, pensando aqui, com a cabeça bem pro outro lado. Chorona, sentimental, forte, dura, enrijecida, enferrujadinha também, mas sempre com a bendita anteninha ligada, procurando a próxima estação de esperança se aproximar.
Acredito no impossível. E se for impossível demais, mesmo assim eu sinto e sonho...
Não queira me descobrir, não tente me contrariar. De perto eu assusto, já falei, sou normal demais... Talvez isso é que assuste, todos são normais "pra dentro", eu sou "normal demais" pra fora. E é bem por isso que escrevo...

Agora, tente descobrir quem sou, quem somos, o que vemos, sentimos e pensamos...
Não se assuste, não sou um pesadelo. Insisto e repito: pra me saber, tem que ter coragem de ir mais além dos três pontinhos finais...

Um grande beijo,
Marina
Megara
Nina e
todas as demais

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Alô, alô... Testando...

Isto é somente um teste...
A besteira, o ridículo e o prelúdio do fim do mundo vêm depois... Beeeeemmmm depois.