quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A inconstante transparência do (se) ser...

"Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém"
Biquíni Cavadão

Como é ruim ser Zé Ninguém, não ser visto, não ser enxergado, sentido, notado, percebido... Não existir.

Você tem todos os braços e abraços do mundo. É todo ouvidos, ombros, mãos, sofá, coração. Mas quando o dia não está lá muito bom, sua cara não é lá a melhor, e o dia é o seu dia de ganhar mimos e atenção...
E nada.
Nada acontece, nada vê, nada surpreeende.
Você não existe.

É o vidro incolor que protege do frio, a transparência da água que deixa ver os peixes, é o vento que refresca o calor, é o ar que se respira... E nunca se vê.
É tudo aquilo que se necessita, que se é necessário para viver e viver confortavelmente "vivo" pela vida, e exatamento como o vidro, a água, o vento e o ar você é transparente...!

Não se cobra nada que se distribua com amor e dedicação. Mas... Custa ser visível só um pouquinho?

As pessoas têm mania de pensar que os super heróis não são de carne e osso. Tem mania de transformar um ser humano bem normal e totalmente mortal em um ser inatingível, aciam de tudo e de todos, acima das calamidades, das inconstâncias, das incertezas.
A gente idolatra, transforma pessoas em mártires, em ídolos, em exemplos, em tudo de bo me mais um pouco.

Mas será que eles não sentem também?
Será que não têm o direito de chorar, de querer colo, abraço, beijo, carinho, uma mão pra dizer que tudo vai passar?

Não.
Amigos são sempre super-amigos!
Imagina... Vão eles chorar?
Conhece o Homem de Aço? É... Pois é, seu amigo é um deles!

E só te resta, se esconder, sentar e chorar.

Beijão,
Nina

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ex-pressa-R-se

Como é difícil a gente falar algo que tem vontade, não?

Tudo se estrutura na cabeça, tudo se arquiteta e na hora H, nada sai como o previsto. Talvez isto tudo aconteça por que há coisas que não precisam de explicação, não precisam de resumos ou de uma forma milimetricamente exata e perfeita para serem ditas.
Ou melhor, não precisam se ditas, devem ser demonstradas, transpiradas, inspiradas, aspiradas a cada instante, sem precisar de conctores, verbos, advérbios e dicionários que as externem e as expliquem.

Então você abre fogo com sua metralhadora bucal e quando tudo termina a sensação é de que não saiu nada do que queria dizer... E aí? O que fazer?

Complicado expressar, mas tão complicado quanto falar, ou tentar falar. Por exemplo, eu me defendo um pouco melhor ao escrever... Mas não garanto que é tão sempre assim que as letrinhas formam um amontoado com sentido e vida próprios que se jogam ao vento para se fazer chegar a ouvidos atentos - ou desatentos... Vai saber.

Expressar. Expressar-se. Expressão.

Não é lá muito fácil se fazer entender, muito menos fazer sair o que a gente gostaria que saísse.

Nada é fácil.
E se fosse simples assim, não teria graça nenhuma tentar dizer...

Bejón,
Marina

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Abra a boca

Passei meio domingo brincando de filosofar com dois peões da gestão regional. Muito legal.
Hoje, lembrei de um e-mail de um amigo que tem mil coisas na cabeça, a gente filosofa há anos, ele, pra variar, diz que não entende as mulheres, e ele me perguntou uma coisa que acho que vou responder hoje... Ou nem vou, por que a resposta pra pergunta sempre será sem pé, muito menos sem cabeça... Por que cada verdade é uma verdade e cada resposta... Bom, aí depende... Cada ser é um ser... E cada instante, é o momento certo de mudar.

"Ah, e porque diabos não falam pro cara que estão afim dele!?"

Você é você. Ponto. De repente, não mais que de repente descobre que está afim, gostando, ou "estranhando", alguém. Ponto. De repente, não mais que de repente, você encontra esta pessoa no meio do caminho e...
Agora visualize a cena:
- Oi!
- Oi!
- Mas tenho que te faalr uma coisa...
- O quê? Diga!
- Olha, sabe que eu estou afim de você!
Ponto.

Aposto que seu cérebro já se encarregou de montar a história na sua própria cabeça. E de arrumar um final pra ela. Arrisco dizer que se você está nas nuvens, a conclusão será com a frase "Nossa... Eu sempre quis dizer a mesma coisa..." e um smack apaixonado, e se você está num nevoeiro dos infernos a próxima etapa será "Ahn? Quê? Bebeste????" seguido de questionamentos sobre sua sanidade mental, gagueira, suor, palidez...

De qualquer forma, creio que uma "notícia" dessas gere mil conflitos, perguntas e respostas, mas só existem duas possibilidades ou vai, ou racha...

Mas por que é tão difícil tomar coragem e falar?
Não sei. E eu não sei mesmo.
Bom, na verdade, talvez saiba...

Emfim, deve ser aquele negócio enraizado na mulher, aquilo que as mulheres eram uma vez: escravinhas, donas de casa, "sim, senhor"... Aquele troço que todo mundo conhece, sabe e que ainda bem, não existe tanto assim mais.
Eram os meninos que tinham que chegar nas meninas. E a gente, no fundo, no fundo, ainda pensa assim... Como se eles tivessem o primeiro poder de decisão, e nós o último - sim (te quero) ou não (não quero ou não quero mais).

Concordo plenamente que a gente deve sim toamr a iniciativa e chutar o balde pra não ficar na dúvida, mas tem aquela parte que morre de medo da resposta e da reação.
Acho que todo mundo já tentou fazer isso... Alguns se traumatizaram, outros sairam faceiros da vida. O que assusta, talvez nã oseja a resposta, muito menso a verdade em si, mas o depois... E depois? O que vem depois? Como será depois?
Ai... Dá um medo...

Ainda mais se você já fez isso e levou um tufo do cão.
Bom, então, na próxima vez, você vai com calma, usa toda a calma do mundo, fica tranquïla, quieta, espera ter certeza, brinca de detetive e quando acontece... Tarde demais... Zaz! Alguém faz o serviço melhor do que você e sai com o teu trófeu na mão. Ao perdedor, não as batatas, mas fica chupando pirulito pra ver se adoça a vida.
E ainda, perde tudo o que tinha, mais o que não tinha e consegue a façanha de perder mais um pouco.
Aí, você fica com cara de tacho, pensando mil e uma coisas...

"Por que que tu não disse antes?" "Ué, por que eu tinha medo, vai que tu sumia de medo?" "Capaz... Eu não sou assim." "Ah, mas vai que você deixasse de falar comigo?" "Eu? Por isso? Nunca!"
Nariz de palhaço pra você!

Ou as pessoas mudam rápido demais. Ou elas montam personagens e brincam de Lego. Ou elas realmente se apavoram (conhece aquela máxima que diz que não se deve jamais sentar na primeira fila do balé?)...
O certo é que não há como prever uma reação.

As vezes esperar é o certo, as vezes não esperar é o certo. As vezes tudo junto é certo também.
Bom, a verdade é melhor do que a mentira sempre. E tirar a pulga atrás da orelha dá um alívio... Sempre.
Ou nem...
Ou aumenta a coceira mesmo e nem anti-pulga resolve.

Dá medo danado de revelar sim o que a gente sente.
Especialmente se está afim de alguém, principalmente se entram no jogo mil e uma coisas.
Medo. Pânico. Pavor. Ojeriza. Sim, aquela palavra que começa com "C" e termina com "aço" também. Dá um medo de perder tanta coisa...

Enfim, é um trocinho bem complicado. As vezes traumatizante. E no final das contas a gente tem que é seguir o coração. Sempre.
Por que na hora que for, as coisas vão dar certo.
Abra a boca!

Bom, tia Meg se "arrepende" de ter esperado demais sim...
E as vezes, tia Meg preferia mesmo era ter perdido só algo, pra não perder tudo...

Bejón,
Megara

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Minhas mãos estão cansadas... Ou nem???

Hoje li uma frase (que não vou postar aqui) que falou fundo... Me fez pensar em várias coisas.
E hoje, a pergunta que mais grita na orelha (há um bom tempo, na verdade) tem muita "compatibilidade de gênios" com uma música do Nenhum de Nós que diz assim
"... Minhas mãos estão cansadas/Não tenho mais onde me agarrar/Eu não vou mais me (lhe, te...) segurar/Vou deixar que você se vá..."
No encarte do Acústico 2 você poderá ver que os guris dizem que tanto faz "me, te, lhe" segurar.

Até que ponto é desistência, até que ponto é descanso, até que ponto a gente se permite retroceder um pouco pra conseguir respirar e seguir em frente?
Até que ponto a gente deve seguir, insistir, tentar e continuar?
Até que ponto?
Qual é o ponto onde devemos parar, pensar e tentar descobrir se devemos continuar segurando com força, ou largar tudo de vez?

Desistir é uma palavrinha bem complicada, cheia de ângulos e olhos. Persistir, insistir requerem muita força, coragem, fé e uma pitada de amor próprio, muitas vezes.
Quando nos damos conta que respirar é difícil, que ouvir é algo penoso, que ver é depreciativo, que há algo estranho no ar, é preciso parar e respirar muito mais do que parar e pensar. Pensar exige um esforço grande, contínuo, exige físico, emocional, psicológico. E de tanto pensar a cabeça pode entrar em curto circuito, então é bem neste ponto que respirar faz a diferença...

Se eu prosseguir, perco tudo...
Seu eu parar por aqui... Posso perder mais ainda...
Ai meu Deus!? O que eu faço? O que é correto fazer: ter esperança e lutar, ou lutar e morrer?

Ir pra frente exige escolha, voltar para trás também. Ficar parado... Também!!!! Tudo será decisão, tudo implicará em ganhar e perder. Tudo implicará em ganahr-se e muito, em perder-se...
Mas será que as vezes não é necessário perder-se um pouco pra se ganhar (ou ganhar-se)?

Quando minhas mãos estão cansadas e não tenho mais onde me agarrar tudo dói, a cabeça gira, o coração aperta, fico sufocada e com a alma na mão... Como sou parte bobona, eu choro, fico triste, calada, quietinha... E não sei pra onde correr.
Minhas mãos estão cansadas.
Não sei se devo me agarrar ou deixar-me morrer...

Quando eu penso que não há mais por que lutar... Eu penso melhor e vejo que há sim por que lutar.
Sim... Pode ser uma grande besteira conseguir encontrar razões para lutar, não desistir, acreditar... Mas, como diz a propaganda: sou brasileiro e não desisto nunca!

Ei, tudo o que realemnte vale a pena, não pode fenecer.

Bom findi,
Beijos,

Bicho da Goiaba

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada, seja lá onde ela for.
Vou-me embora pra Pasárgada na vã ilusão de esquecer...

Adoraria estar indo embora e nunca mais voltar. Esquecer de tudo o que detesto, mas esquecer principalmente da maioria das coisas que eu gosto.
Quem me dera poder arrumar todas as minhas trouxinhas e comprar uma passagem, comprar passagem não, pegar minha vassourinha encantada e rumar pra Pasárgada, não pra ser amiga do rei, mas pra viver lá calma e furtivamente, pra re-escrever toda a minha história e desta vez, com caneta dourada com pinguinhos de lilás...

Queria ir pra Pasárgada, descansar a cabeça e matar um bando de coisa dentro de mim.
Queria ir para lá e andar de pé no chão, sentir as pedrinhas embaixo dos meus pés, correr na terra seca, subir em árvore, brincar de esconde-esconde, roubar doze mil florzinhas dos jardins!!!
Brincar com as minhas bonecas que estão - coitadinhas - cheirando o mofo e o aroma abafado do sótão da minha casa. Pegar minha casinha de pônei, levar para um lugar qualquer e brincar tudo de novo! Pegar a baciazinha, fingir que é o rio mais bonito do mundo e colocar meus pôneis lá dentro... E que quando os tirasse de lá, não tivesse que me preocupar com os cabelos enozados que só nós, meninas, sabemos como ficam depois de se dar banho em cabelo de boneca.

Quero de volta todas as roupinhas das minhas Barbies! E fazer sua casinha com todos os potes e caixinhas que sobram em casa.

Em Pasárgada, seria somente eu. Sem estresse, sem atropelamentos, sem desespero, sem medo, sem agonia, sem insegurança, sem peso na alma e no coração.
Ia correr no vento, pisar na terra, me encher de "miqüim" na grama, fazer meus deliciosos bolos de terra e esquecer de tudo que não quero lembrar.

Minha anestesia não chega... Todos os ventos em que meto a cara não levam meus pensamentos...

Estou cansada da vida. Estou cansada de mim.
AH, tá, nem é tanto assim...!!! ; )

Vou-me embora pra Pasárgada, e parto hoje.
Como chegarei lá, não sei... Mas o primeiro passo é bem agora...

Beijos,
Princesa do Figo Bichado