terça-feira, 31 de março de 2009

Aqui, ali e lá

A dança me tira o sono e me tira do sério...

Eu sinto cada vez mais saudade de dançar em um grupo que simplesmente gosta de dançar. Que não tem aquela sede de "sangue" (sangue traduzido como vitória pra ter o caráter forte que eu gostaria que você entendesse), aquele negócio de TENHO QUE ganhar curte o que custar, TENHO QUE GANHAR.

Bah, eu não vi nossas últimas planilhas - ainda -, e não gostei nem um pouco da porcaria da minha saia de armação ter grudado na sola da sapatilha e ter trancado meu pé, fazendo com que eu não conseguisse dar o passo que deveria dar no tempo certo da música.
Claro que ganhar é bom, mas eu estou AMANDO testar dançar "novas", danças que ficam presas aos ensaios, aos ensaios e aos ensaios e estresses gerados por todos estes ensaios.
É bom saber da nossa reação frente a uma dança nova, a um novo desafio.

MAS eu adorei saber que quem ficou em primeiro foi um grupo de gente nova, que tem garra e busca melhorar.
Gente que, creio eu, tem gana de melhorar para crescer e não simplesmente de ganahr para pisar em cima dos outros e assim fazer uma ascenção mais rápida, e cá entre nós, muito mais dolorosa, por que é FALSA. Todo aquele que para subir precisar usar de meios ilícitos, ou que fizer de outros suas alavancas, ou que precisar agredir, ferir e mentir para conseguir algo nunca sentirá o sabor de uma vitória justa e MERECIDA.

Nós, dançamos para conseguir algo.
Nós dançamos para chegar lá.
Nós estamos nos empenhando em merecer chegar lá.

Lá, no sábado da Macro de Marau.
Lá, no domingo da Macro de Marau.
Lá, no sábado de Santa Cruz do Sul.
Lá, no domingo de Santa Cruz do Sul.

Mas que saudade de só dançar...

Beijos,
Nina

quinta-feira, 12 de março de 2009

D(esc)anç(s)ar

Será que eu sei dançar?

Tenho medo de pisar no palco e parar de vez.
Dizem que ninguém deve permanecer ali simplesmente para "não largar o osso"... Mas quem é que o está segurando? Como se distingue o mito da realidade, o sonho da verdade, ou o medo da mobilidade?

Não sei se minha teimosia deve permanecer. Se a busca pelo ideal deve continuar.
Se tudo é ilusão, se tudo somente faz parte de um mundo que construí apenas para mostrar ao mundo que um manco pode andar, um cego pode enxergar, um mudo pode falar, uma anta pode dançar...

Persistência...
Insistência...
Amor...
Paixão...

Uma dança pinta de verde, amarelo e vermelho. Alardeada pelo medo, presa pelo pavor.
O espírito esta inquieto, o coração mudo, bate pesado, sem fazer nenhum som.
E o medo sobe, me aperta a garganta, amarra minhas pernas e leva e tráz toda a dor.

Eu gosto de dançar.
Eu quero dançar.
Mas será que dá pra continuar?

Não sei bem se nasci pra esse mundo. Pra mim, dança é mais espírito do que corpo, é mais expressão do que técnica, é mais esperança do que medo, é mais liberdade do que prisão.

A dança ultimamente me aperta o coração.

Ai que saudade de só dançar...

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Tchaaau,
Alguém...

quinta-feira, 5 de março de 2009

...Essencialidade...

... O essencial é invisível aos olhos... Antoine de Saint Exupéry

Ainda me pego surpresa quando, depois de muito e muito tempo mesmo, recebo um depoimento no Orkut que de certa forma exalta algo que alguém enxergou em mim há anos atrás e que enxerga ainda tanto tempo, tantas chuvas, ventos, distâncias depois...
Não sei descrever o que senti ao ler aquilo, por que ainda me deixa muda. Me emudece o fato de alguém falar tão bonito e tão delicadamente com palavras simples, em uma única frase, e ser extremamente tocante e avassalador no que diz.
Meu amigo, creio eu, só disse algo que perdura em nossa amizade. Algo que fica apesar de tantas águas rolantes em nossas vidas, algo que nem eu imaginei um dia "ser".

Ele trouxe um silêncio inquisidor e bom, mexeu com as vozes caladas dentro de mim... De certa forma me despertou do sono eterno em que vivo e me fez ver que ainda existem pessoas que enxergam além...

Todos os dias convivemos de perto e de bem perto com várias pessoas (conhecidas, desconhecidas, secretas, abertas, obscuras, claras, transparentes...), elas passam rápido, vagarosamente, discreta ou estrondosamente... As vezes somos nós que nem reparamos os outros em nosso caminho... Noutras ocasiões, passamos muito tempo tentando mostrar, aparecer, demonstrar... Nem sempre conseguimos, as vezes as coisas não saem como o esperado, somos impulsivos, desatinados, despercebidos... Ou os outros o são...

E a gente nem se dá conta de quem passa, de quem tenta, de quem passou...

Não percebemos o essencial abaixo da correria, da distância, dos acontecimentos, das brigas, dos desencontros, das conquistas, dos apoios, dos descompromissos, dos afetos, dos atos, dos corações...

Mas um dia,
um dia,
acabamos nos dando conta de quem verdadeiramente fica.

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Beijos,
Megara, Nina e Marina