sábado, 31 de julho de 2010

Olhar tráz

Como é bom ver algumas pessoas...
Só de enxergar a gente já sente um ar mais fresco, vê o dia mais claro, o céu fica mais limpo.
Este é um daqueles momentos em que se abre mão de qualquer entendimento, e fica-se só apreciando... Apreciando... Apreciando e sentindo o momento. Ou nem sentindo, por que talvez nem dê tempo para isso, vai que nosso rosto fale e acabe por entregar o que os olhos caçam incessantemente? Vai que os olhos se acendam e virem um luminoso faiscante e chamativo e entreguem a direção do olhar? Ou que tuas bochechas corem e entreguem o que não precisava estragar...

Dá uma paz...
São alguns segunditos de uma certa calmaria... Segunditos de tranquilidade, de silêncio no barulho, de paz na guerra, de correspondência na inexistência.
Alguns segundos apenas em que se pode esquecer tudo... Qualquer coisa... Não se ouve nem barulho de grilo, se ouve um nada, mas um nada tão nada que chega a ser absoluto, absurdo, avassalador, grandioso... Nossa, um silêncio que parece dizer tanto.
Mas dizer exatemente o quê eu não sei e ach oque nem preciso saber.
Eu gosto mesmo são desses "segunditos" de luxo, do luxo de não pensar em nada, não sentir nada, mas sentir tudo. Como se, num olhar, num "nanosegundo", o querer, o não-poder, os quereres e os nãos nada fossem, e aquele olhar saísse do pensamento, e dos sonhos os "desejos não-desejados" saíssem, e que viesse dos pensamentos e virasse a realidade de um átimo.

Então, está bom ter um átimo de olhar.


Fui-me,
A eu, qualquer eu