terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vem pro Rancho da Saudade...

Vou, não vou.
A preguiça consome um ser humano. Os gastos também. Sem contar o estresse de dividir dois chuveiros com umas 50 pessoas diferentes... Dividir o banheiro também, e descobrir quão porca - desculpem os porcos - mulheres podem ser...

Fui.

AINDA BEM.

O que eu vi em Santa Cruz do Sul, na final do ENART 2010 me faz ter orgulho sei lá do quê, mas faz ser imensamente feliz por ter ido até lá e presenciado uma revolução armada, de voz e sentimento, que sem rosto, pode mostrar sua vontade e gritá-la aos quatro cantos do Rio Grande.
Uma vontade, um sentimento que explodiram e retumbaram num ginásio lotado clamando pelo que o espírito escolheu, pelo que tocou a alma e fez aflorar o sentimento mais profundo do ser... Ser gaúcho? Ser humano? Ser tradicionalista? Ou apenas ser cansado do mesmo de sempre de novo...

Sinto-me orgulhosa por ter presenciado cena (ou cenas) tão forte e comovente, da aclamação de um grupo de danças que não conquistou o almejado 1º lugar em notas, nem o trofeu que carrega, mas que ganhou um trofeu muito mais difícil de ser verdadeiramente conquistado: o carinho, o respeito do público.

Não sei como se reage a algo assim... Como o meu coração reagiria, visto que trabalha-se durante mais de um ano, mais de 24 horas por dia, trancafia-se dentro de um salão e ensaia-se exaustivamente com chuva, sol, temporal, granizo...
Eu vi o agradecimento de verdadeiros campeões.
Não se consola o inconsolável, mas como negar e esquecer, deixar passar batida a vitória do coração sobre a "precisão" dos 0,002 diferenciais entre o 1º e o 2º?

Sinto o maior orgulho do mundo por ter estado lá e também ter gritado, aplaudido, chorado, vaiado e sentido a energia que eu senti.

Tudo anda tão para trás, os valores não são mais os mesmos, a tirania dominda e impera no palco, nas regras que o moldam. A ditadura é enorme. Os sem-face puderam dar voz ao coração e por para fora toda a carga negativa acumulada por tanta opressão... Por tantos erros esdrúxulos... Sim, senhor! Abaixar a cabeça, dizer "sim", seguir regras que não poderiam e nunca deveriam ser seguidas. Punições eternas pela discordância, mesmo que correta.

E o povo chamou, e o povo gritou e o povo consagrou o que a pele e o espírito sentiram...

Tenho orgulho de me manter ativa no palco, no CTG, especialemnte pro que agora eu sei que há muitos que zelam pelo mesmo que eu, que prezam a verdade, que sentem e fazem sentir.

Eu, só posso terminar esse desabafo torto, mas feliz da maneira que o ginásio inteiro de Santa Cruz fez, não ouvir, mas sentir: RAAAAAAAAAAAAAAAAAAANCHHHHHHHHHHHOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!

Grandes Provincianos!
Um dia eu chego lá!

Beijos,
Nina