terça-feira, 11 de maio de 2010

A luz que tu tem

Vou falar do Nenhum de Nós de novo?
Eu vou!

Estou meio chateada com a maldade humana. Complicado.
..
Acho que tenho que buscar e tirar do armário capa e espada e ir pra guerra.
Calçar minhas botas de couro, embainhar Catana de onde nunca deveria ter saído, e me aventurar por aí, mundo a fora, rumo ao desconhecido ou rumo ao mais profundo de mim.
Minha capa nunca foi pesada e sempre foi uma alegria não me utilizar de máscaras.

Estou muito cansada.

Nessas horas é que eu tenho que me lembrar que eu moro em uma pontinha muito pequenininha do infinito universo, e que pra cada ser mesquinho, há no mínimo dois que valem a pena "viver um dia".

Quando digo que preciso me exorcizar e que isto acontece nos shows do Nenhum, soa pra lá de engraçado, mas não existe algo mais verdadeiro do que isto. Hoje, por exemplo, estava tudo bem, tudo legal, tudo ótimo, aí aconteceu algo pra lá de decepcionante (se esta for a palavra certa...)... Sabe aquele choro contido? Não saiu, ficou preso. Quando eu vi o Thedy, lá longe, eu comecei a chorar... Juntou a tristeza com "aquele troço" que a presença do Thedy tráz...
Só não chorei mais, por que vi meia dúzia me olhando... Sem contar a cara da minha mãe... Bom, mas ela sabia o que estava acontecendo.

Como ela disse, deve ser a tal luz que ela sempre diz que ele tem, que me faz chorar, me emociona, tranca minha voz e arrepia a minha alma.
Eu me pélo (leia certo) de medo dele, mas esse medo é proporcional ao carinho e admiração que tenho por ele. Acho que nem é medo, é aquele poder, aquela energia que algumas pessoas tem... E que as vezes assusta.

Ganhar um sorriso, uma abraço, o respeito de alguém, não tem preço.
Quando o Thedy saiu de onde estava e veio falar comigo e minha mãe, me disse oi e chegou como se me conhecesse há anos, como se efetivamente lembrasse de mim.

Acho que nem meus amigos muitas vezes me recebem desse jeito, com uma simplicidade e simpatia que vem do fundo da alma. Nem eles me recebem desse jeito que lembra verdadeiramente uma roda de mate, onde a pessoa te diria "ei, puxa o banco e senta!".
O Thedy, o Nenhum, não faz ideia do que fazem por mim.

E mais ainda, o Thedy não faz ideia do que fez por mim hoje.
Eu sei que não sei conversar como uma pessoa consciente na presença dele, por que eu fico em pânico, pra não falar besteira, pra não ser idiota, acabo só falando meleca...

Acho que no fundo, bem no fundinho nem dá pra dizer que nos desconhecemos, por que quem escreve o que ele escreve, me conhece melhor (sem nunca ter me visto) do que eu mesma imagino.
E chego à conclusão de que isso é sim aquilo que minha mãe sempre me disse e falou pra ele hoje "uma luz" que nem todo mundo tem.

Posso contar aos netos que nem sei se terei que o Veco me deu um beijo babado na bochecha depois de me avacalhar; que o Sady me deu um abraço de urso, do tamanho do mundo e colocou minha faixa de 1ª Prenda; posso contar que conversei com o Carlos e ouvi coisas interessantíssima, e que o fiz bater uma foto segurando uma xícara de chá; posso contar que o João conversou comigo sobre CTG, sobre cultura, sobre esse mundo das vaidades das entidades...

Hoje eu tenho uma história pra contar do vocalista do Nenhum de Nós. E olha que pensei que nunca teria.

Beijos,
Eu