quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

...(des)Cartas...

Tá boua?
Bom, como você vai, só peço pra que não comente nada com ninguém se alguém perguntar cadê eu. Coisa que eu duvido muito que aconteça.
Se o "mestre" perguntar, bom, pra ele você pode dizer que é fase de "pensamento" do que fazer... Afinal, você sabe, que "disso", eu não gosto mais, mas não precisa entrar em detalhes. Qualquer coisa, diz pra ele me ligar.

Eu ainda não tenho vontade de olhar na cara de certas pessoas, por que é, é até complicado de descrever... Um pouco de nojo, um pouco de raiva... E nessas horas, em situações como essas que estão acontecendo, é meio incontrolável não lembrar do passado. Quando digo passado, não quero dizer situações específicas, mas coisas que considero piores do que isso, que é aquilo que dizem por aí como "como as pessoas nos fizeram sentir". E isso me deixa com muita raiva... E o meu espírito, não é de raiva - por mais que isso pareça mentira hehehe.

Nunca fui uma pessoa tão raivosa como comecei a me transformar. De verdade. Bom, pelo menos eu acho isso. Mas é um tanto incrível como situações dessa "naipe" fazem a gente se transformar em algo que nunca sonhamos ser: igual aos demais. Então, acho que é melhor ficar quietinha por enquanto, enquanto eu tento me controlar e controlar essa enxurrada de coisas ruins que vêm à minha cabeça quando eu tenho que olhar pra determinadas pessoas, e sei o que essas determinadas pessoas estão fazendo e que eu, eu, não concordo, por que não acho ético.

Não sou perfeita. E nem um pouco. Mas não consigo conviver com a semvergonhice dos "espertos". E não consigo me enquadrar nesse nível de esperteza, não consigo mais aguentar esse tipo de coisa. E são essas coisas que levam a dança embora do corpo, depois de já terem roubado a dança da alma.

Não estou triste, não estou feliz.
Estou em paz. Serena.
Por enquanto.

É triste a situação do que vejo. Desmerecer pessoas, desmerecer um grupo tão alegre e feliz como éramos, é tão, tão mesquinho...

Acho que todo mundo sabe que eu acabo voltando no final.
Mas hoje não. Só vou se o "mestre" me ligar pedindo pra eu ir levar um puxão de orelhas. Mas te confesso que nem imaginar que indo lá, hoje, com a possibilidade de ver o colírio dos meus olhos lá, pertinho, eu me animo.

E o pior de tudo é que eu acho que é por que não tenho mais esperança de nada nessa vida.

Depois se falêmo.

Beijos,
Nina

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A inalcançável leveza do ser





É só ouvir a palavra mágica - que eu não vou te contar - que tudo muda... Como se o dia virasse noite; o escuro, claro; o ruído, som; a fumaça, nuvens.
É só ler daquele jeito que está escrito, que as portas da mente se abrem e voam, viajam, vão... Vão além do imaginável, do possível, do atingível...
É só chamar por um daqueles adjetivos que alguns consideram bobos que volto a respirar.

E apesar de tudo eu nego, eu luto e reluto e não quero nem mais pensar, nem ouvir, nem imaginar...
Por que é que você consegue ser tão perfeito, tão assim, uma coisa saída do sonho, que de tão perfeitinha a gente desistiu de querer por que nunca ia existir mesmo...
E aí, tu me aparece assim, do nada, sorrindo, com um sorriso lindo, largo, todo de paz... Nem dá pra querer! É como enxergar na sua frente a escultura articulada do impossível, animada, com vida.

Bom, bom... E as estúpidas sonham acordado. Pra logo em seguida cair da cama, despencar da cama, de lata no chão.
As estúpidas também sonham, mas aprisonam os sonhos atrás de muros bem altos, bem escondidinhos, pra que nunca mais ousem sair dali para se tornarem uma realidade tão irresistível quanto inalcançável...

Ãi como eu te ódio!

E tenho dito!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Nós se acertamos sempre

Como eu queria que certas coisas fossem uma espécie de "recordação", um aviso de outras vidas, de outras existências, de tempo imemoriais... Daqueles que ficam gravados nas "correntes de energia" do mundo, naqueles registros que a memória não recorda, mas que estão ali...
E que quando são ditos, não são meras palavras, são reais recordações de um passado que não passou, de um "antigo encontro"...
Que fossem como um código, sinalizando "OK, estou aqui", "OK, eu não me lembro agora, mas é isso mesmo", "sim, eu não lembro, mas eu me lembro"... "Vai dar tudo certo", "te espero e te encontro logo ali"...

Como eu queria que "nós nos acertamos sempre" fosse um recado de uma alma para outra alma, oferecendo tranquilidade e paz enquanto ambas não "lembram"... Bem que nós nos acertamos sempre poderia ser a paz que tanto procuro e não há como encontrar. Poderia ser um livro inteiro, uma vida inteira, camuflada bem simples assim...

Nós nos acertamos sempre... Um código, um sinal de que tudo vai dar certo sim no final.

Sempre? "Sempre" quando? Eu te acho ou tu me encontra...? Sempre bem poderia ser o "sempre" que um bocado de gente vive procurando e esperando pra encontrar aqui e agora. Um sempre imemorial... Nossa...

Fica fria.
Nós nos acertamos sempre...

No fim, quer dizer o mesmo que "aquele baile" disse: outra coisa.

Que mania da gente ler e completar o que não está escrito!?
Atenção: Autocompletar com defeito! Essa "outra coisa", no fim, só é isso mesmo. Sem P.S. a mais...

Chega de "filmes" por hoje! Ando querendo um pouco demais...

Let it be...

Beijos...
Eu

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ser ou não ser, eis a questão...

"Eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer " Zeca Baleiro
Muda o ano e lá vem doze mil coisas à cabeça... São tantas contas que se dão na cabeça que a gente soma tudo e se dá conta de tudo e esquece tanto tudo que a BIOS entra em conflito.
Sobre dançar...
Bem... Sobre dançar... CRI CRI CRI CRI... Grilo cricrilante entra em ação, pela super primeira vez após 6 anos eu realmente não sei se quero continuar "aqui", "assim", "desse jeito". Se me perguntarem se eu gosto de dançar, é claro que responderei que sim, eu adoro!!!!!!!!!! Mas não sei mais se quero "isso". "Isso" que vejo todo santo ensaio... Esse descompromisso com o compromisso que se assume quando se diz "eu quero". Esse descompromisso com o elo, com o todo, com um caminho.
O povo quer o "gran finale", mas quer também pular toda trajetória. Quer sair rasgando as páginas do livro pra chegar mais perto do final. Atalhar a curva. Comer só o recheio. Pegar o lucro e ir pra festa.

EIIII, quem ganha sua sangue. Quem ganha passa frio. Quem ganha perde (e quem dança sabe o quanto perde...). Quem ganha ENSAIA.

Abdiquei muito pela dança. Larguei às traças a minha família em momentos que eu deveria estar mais em casa do que fora dela. Deixei de ir a passeios, investi muito em pilchas (as nossas roupas, indumentárias; nunca diga fantasias!), gastei em viagens, rodeios e apresentações. Prejudiquei minha saúde pela dança. Abandonei meus amigos. Disse "não" pra incontáveis convites da parceria, por que eu tinha ensaio. Fiquei doente. Pra onde fui??? Pro ensaio!
Não pensei mais em intercâmbio. Não procurei empregos que me roubassem o sábado (menos ainda o domingo). Deixei de viajar, de visitar, de encontrar os amores da minha vida: meus colegas de 2º grau (e só quem estudou em escola Agrotécnica pode dizer). Minhas cachorras passearam menos, eu saí pra passear menos ainda e limitei meus trajetos todos até o CTG. Acordo, ajudo em casa, saio correndo com um armário na mochila, vou pro trabalho, vou direto pegar ônibus, 2 horas de viagem até a faculdade, aula, mais quase 2 horas pra voltar e vou jantar decentemente? Dormir, depois de um dia cansativo? Não! Vou pro CTG ensaiar até as 2h da madrugada.
Estudar??? Estudar??? Chega uma hora que o que menos você consegue estudar é conteúdo de faculdade, e se concentra só nas danças. Danças. Danças. Danças. Danças. Danças.
Não admito errar.

Mas, ao que parece, estou errando.
Errando toda a minha vida.

Por que enquanto eu sou a pessoa procurada e questionada "você pode faltar mais uma aula" (mesmo que você pague sua mensalidade, e tenha que pagar transporte mesmo sem ir), "olha tem apresentação, mas a fulana - que não pode nunca fazer nada - não"pode" ir, você vai então, tá!", a fulana vai visitar o pônei vesgo da tia da vó do primo da amiga da enteada do ciclano. Ué, afinal você sempre pode tudo! Você deixou sua vida ser DANÇA e se tornou um cavalinho de pau, manipulado pela necessidade de um grupo, pois tem um coração de manteiga, que pode passar por cima de si própria, mas nunca de seu grupo.

É muita mesquinharia, muita baixaria, muita maldade, muita falsidade...

Eu não quero mais me sentir assim, compactuando com coisas ruins, com o errado. Sendo a bobinha da corte, que dança com um sorrisão largo no rosto e uma faca no coração.
Tenho saudade do tempo que eu sentia a dança tomando conta do meu corpo, me ambalando... Jamais pensei que dançar doesse tanto...
Será que vale tudo isso?
Será que vale olhar pro lado e enxergar um grande nada? Gente que não quer nada com nada, e só sabe cobrar? E não se mexe??? Não se toca que ganhar é caminhar e conquistar, não pegar tudo pronto e só reclamar?

Será que ninguém aprendeu nada com a desclassificação da Macro??? Será que ninguém enxergou que quem errou foi um grupo e não uma pessoa só?
A soma de erros resultou no fim do ano mais cedo...

Não sei quanto mais estou disposta a doar da minha vida, enquanto os outros vão assistir jogos e jantar com a prima na pizzaria e sair pra dançar.
Não sei mais quantos hows do Nenhum vou doar, ou quantas noites de estudo vou dar de bandeja por um grupo que não consegue ser grupo. Que não "busca conhecimento", que não coloca pra fora o que sente...

Vou reclamar até o último instante em que me importar...
Não dá pra engolir quem acha que está tudo bom e certo... Comodismo é de doer nos ossos.

Você empenha sua vida, dá sua cara a tapa, coloca a mão no fogo e??? Nada, além do riso dos idiotas.
"Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim?
(...)
O pensamento assim nos acovarda, e assim
É que se cobre a tez normal da decisão
Com o tom pálido e enfermo da melancolia;
E desde que nos prendam tais cogitações,
Empresas de alto escopo e que bem alto planam
Desviam-se de rumo e cessam até mesmo
De se chamar ação."
William Shakespeare

Fui-me.

Beijos da
Nina

***Acho que a gente já sabe como essa 'ladainha' vai terminar, não?... Mas um dia... Um dia... O príncipe encantado vai vir me salvar, e me levar embora do grupo de danças dourado...
Só rindo pra não chorar... hehe ***