quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O bebê

Estava eu vindo trabalhar de baixo de um sol forte e um calor digno de sombra, água fresca e praia, totalmente perdida em mais um de meus mil pensamentos por segundo ou tentando encontrar o sentido da vida, ou tentando imaginar um futuro brilhante para mim mesma...
Enfim...

Estava eu no meu caminho, trajeto Único de sempre, quando vejo uma mãe empurrando um carrinho com um bebê e do lado seguindo uma menininha de boneca na mão. Aquele tipo de menininha que ainda conserva traços de infância, roupa de criança, cara de criança e, provavelmente, sonhos de criança.
Notei que a mãe vinha numa marcha com a guriazinha ao lado (de dentro da rua, por que gente pequena não deve andar do lado de fora) acompanhando firme, e mais ainda, notei um fone de MP "qualquer número" no ouvido esquerdo...

Nos milésimos de segundo pensei eu cá com os botões que não tenho se eu também sairia com meus filhos e um fone de ouvido com música no talo... Acho que mãe deveria "prestar atenção aos mínimos detalhes" de um filho... Sei lá... Tomara que um dia eu saiba responder isso, ou descobrir o por quê...

Mas o que me prendeu não foi isso.
Reparei que a menininha segurava de um jeito tão lindo uma bonequinha de chuquinhas loiras e amarradores coloridos e "pele" branquinha. Um bebê comum e normal.
A pequena mãezinha era um garota bonitinha de pele morena.

Não pensei em adoção, miscigenção. Tão pocuo em roubo, seqüestro ou sei lá que atrocidade mais os maus pensamentos encontram.

Apenas vi uma menininha com sua filhinha.

Uma garotinha que não liga se a boneca é branca, preta, azul ou rosa. É apenas um bebêzinho que vai precisar de papinha, fraldas e banhinho.

A Lu, minha priminha loirinha de olho claro, um dia chegou em casa agarrada numa boneca bebê negra, a Pretinha. Sei lá na casa de quem tinha ido, apenas viu a boneca e quase morreu chorando quando disseram pra largar a Pretinha...
O resultado é que até hoje a tal nenê está lá, bonitona e faceira em cima da cama dela.

Quando a gente é apenas uma menininha não se importa com casca, apenas vê o que sente.

Beijão e "répi niu îr!!!!",
Nina