quarta-feira, 16 de novembro de 2016

De 2013, ENART

De 16/11/2013:
Aí a gente dá aquelaaaaaaaa chorada. Os olhos começam a escorrer, tu não pode ficar parada, esperando. Ficar parada, sofrendo. Tu não pode parar. Dá uma secada com as mãos, cuida pra ninguém enxergar. Vai engolindo a seco. Vai escorrendo no rosto. Vai secando. E vai seguindo. Não dá pra parar. Tem que seguir. Tem que fazer o que é preciso.

Eu

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Facebook é pra gente fazer o que quiser. Então...
Ontem foi de uma delicadeza, de uma tristeza, de uma beleza assistir Velho Chico... De cortar o (meu) coração.
A gente pode imaginar o que se passa nas mentes e corações de quem lá está, a gente, de casa, pôde ver nos olhos dos outros.
Somos abutres? Somos telespectadores? Somos julgadores? Quem somos nós? Todos sabem o que aconteceu, a forma que aconteceu. Ninguém em sã consciência queria que tivesse acontecido.
Não é necessário explorar a dor alheia. É necessário fazer o que precisa ser feito. Com um trabalho em pleno curso qual o melhor caminho a seguir?
Todo dia mil programas exploram o show de horrores da vida. Ninguém precisa de mais disso.
Ontem pudemos ver a boa escolha, a boa homenagem, o respeito ao trabalho, a dor alheia e a singeleza de diálogos e cenas com alguém que não está lá. E ninguém precisa repetir como e porquê. A presença é maior do que isso. Aquelas lágrimas de canto de olho completam a cena dizendo tudo que precisa ser dito.
A presença singela está ali, nada mais precisa ser dito. Ou visto.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Vai ter festa SIM!

Tudo começa com: cada um sabe o que é melhor para a sua vida. E mais: ninguém tem nada a ver com isso.
Especialmente quando isso não influencia maleficamente a vida de ninguém.
Faz tempo que queria escrever, faz tempo que "volta e meia" leio reportagens e comentaristas bradando contra festas infantis, sobre gastos, sobre luxo, sobre banalidades. Eu também acho um absurdo o que a Eliana e o Wesley Safadão devem (atenção pra palavra) ter gasto nas festas dos seus filhos - que foram estampadas em portais e capas de revista -, mas quem sou eu para reclamar do dinheiro e das prioridades dos outros?
Trabalhando no ramo se vê e se aprende muito, e uma coisa muito importante que minha irmã sempre diz é que festa é supérfluo, se a pessoa pode fazer, faz, se não, não faz e tudo bem. E realmente é assim. Cada um tem seus motivos e desmotivos para fazer assim, assado, enrolado e tal. Comemorar um aniversário vai ser maravilhoso sempre que o amor estiver presente. É disso que se trata uma festa no salão, em casa, na piscina, no clube, na escola, onde quer que for.

Mas claro, ninguém é tão santo e puro que volta e meia não olhe para o lado com os olhos inquisidores e diga "ó, que desnecessário, que abuso, que absurdo".
Não lembro quando, mas há algum bom tempo, numa festa de um aninho de um menino, primeiramente estranhei, os pais fizeram um discurso, emocionado, bonito, agradecendo aquele ano e a todos que estavam ali; minha irmã me explicou que aconteceu alguma complicação quando o menininho nasceu. E então eu entendi aquilo.
 
Trabalhando no ramo de festas não faltam histórias, a gente vê e participa de muitas coisas e as vezes arregala os olhos como todo e qualquer comentarista de Facebook e da vida alheia. Agora vou contar o que eu me dei conta no ano passado.
Não sou mãe, não sei se serei, mas eu sou tia e tive a graça de acompanhar a gestação da minha irmã de pertinho. É diferente? É, completamente, mas quando se tem um pouco de sensibilidade e desgruda os olhos do próprio umbigo, percebe coisas incríveis...

A Cecilia nasceu bem, super bem (tô toda derretida só de lembrar), mas horas depois foi parar na UTI. E eu nunca vou conseguir dar um nome exato para o pânico, para o medo, para o tudo e o nada que eu senti naquele dia. A Lole me disse que foram 9 dias de hospital, 4 deles na UTI, para mim foi um mês inteiro, um ano inteiro naquele lugar.
Não interessam os detalhes.
Não sei até hoje quanto tempo fiquei plantada na porta da UTI esperando uma resposta, sei que foi mais de uma hora. O que eu vi ali, o que a gente vê em filme, eu enxerguei na vida real e senti na pele com o entrar e sair de gente daquele setor.
No quarto, chora um, chora outro. Trocas de quarto, porque mães "sem bebês" não ficam no mesmo que mães "com" bebês.
A história do indiozinho na UTI, que os pais, lá da aldeia, ligavam todos os dias pra saber como estava.
Naquele dia, uma moça no mesmo quarto teve gêmeas, prematuras, e o choro daquele mulher... Foi de tremer os ossos. Ouvir ela falar, chorar a falta de leite, a preocupação com as bebês... E nós tínhamos uma bebê na UTI, um serzinho enfrentando uma batalha.

O que eu vi, ouvi e senti naqueles dias me faz desviar eternamente desses críticos de plantão.
"A festa é pra adulto" ou "É só pra se fazer pros outros" ou "A criança nem aproveita". Larga a criança brincar ao invés de fazer tirar mil fotos pra ver se ela não aproveita!
Como é que eu vou julgar uma mãe por querer uma festa de arromba para um bebê? A gente nunca sabe o que move o outro, os motivos do outro. Cada um faz o que pode, o que dá. E tudo, tudo mesmo tem que ser feito com amor.

Agora, vou te dizer o seguinte, nós que trabalhamos no meio, como não vamos inventar mil luxirices e pótchis para comemorar o melhor ano das nossas vidas? Se temos mil aparatos à mão, recursos infinitos, habilidade e AMOR, porque não? Se a festa da Ciça fosse no quiosque do Botafogo, seria igualmente maravilhosa, pela sobra do essencial, do invisível aos olhos, pela alegria, por tudo que ela passou.
Não cabe a mim, a ti ou a ninguém julgar a festa (RIDÍCULAAAAAAAA) do Wesley Safadão (vestido de príncipe), nem a da família que não tem dinheiro, mas a mãe vai fazer um bolinho, a tia vai fazer uns enfeites de plástico. Não cabe mesmo, porque só a gente sabe o quanto comemorar é importante, do jeito que for.

Então, vai ter luxo SIM, vai ter festa, SIM e se deixar, a tia vai ir fantasiada de princesa só pra agradar a Paçoca mais doce da vida de todos nós!
Tia-Dinda
 

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Batida

Comecei e encerrei o dia encontrando - por acaso - velhas amigas.
Agora, sentada "zapeando" a internet e olhando a final do boxe na televisão, deu vontade de tomar uma batida de leite com banana e lembrei de um tempão atrás.
Quando eu estava no primeiro grau (ensino fundamental atualmente, né, ué não) era comum toda santa tarde eu tomar minha batida de leite com banana, bolacha, mamão, qualquer coisa doce. Quando chegava alguma amiga, e minha casa era passagem obrigatória pra casa de todo mundo, a gente parava aqui e tomava batida.

Já no segundo grau (ensino médio de hoje), um dia recebi duas colegas e preparei uma batida. Não quiseram. Lembro que elas cochichavam e riam.
Só muito tempo depois fui me dar conta do motivo das risadas. Como eu ia saber que isso era simples demais?

A batida não é forma de seleção, mas pra alguém ficar na minha vida eu lembro dela. Lembro das risadas e lembro dos papeis que aquelas duas pessoas desempenharam no meu caminho. E prefiro, sem sombra de dúvidas, qualquer um que aceite uma batida de leite com banana e açúcar.

Marina



quinta-feira, 16 de junho de 2016

Para a Posteridade

Rola no Facebook umas "correntes" que são quase os antigos diários de perguntas e recordações dos meus tempos de criança.
(até que é legal :) )
Algumas pedem listas de livros que marcaram, outras, curiosidades sobre a gente mesmo.
Deu vontade de falar aleatoriedades então.

- As vezes eu não consigo falar sobre a Mona.
- Eu não admito as pessoas ficarem falando da Luna, sobre como ela está magra, ruim, incomodando, e que deveria "ser morta".
- Eu não esqueço quando diziam que a Mona deveria ser devolvida, porque não era de raça.
- Na verdade, tem muita coisa, sobre tudo, que eu não esqueço.
- Infelizmente...

- Sou coração mole. E tento não ser.
- Eu sinto muito. Sinto demais. Sinto enormemente. Sofro pelos "males do mundo", inclusive sobre cosias que eu não tenho nenhum alcance.
- Tento não guardar rancor ou mágoa.
- Algumas pessoas para mim têm status de "falecidas". Já conheci, já conviveram comigo, as adorava, mas existem pesos que a gente não precisa carregar a vida toda.
- Tenho e me dou o meu tempo. Meu tempo de curar, cicatrizar, não querer conversar, não querer ver, maturar, digerir e deixar ir. E acredito que todos têm o seu.
- Mas tem gente que eu não "guento" e prefiro não ter de volta ao meu círculo, perto da minha convivência.
- Um livro que recomendo é "Holocausto brasileiro", da Daniela Arbex. E acho que todo mundo deveria ler.
- Outro livro que amo (e preciso ler inteiro) é "Don Quijote".
- Me dói, eu amo e acho que meu personagem preferido no Universo é o "cavaleiro da triste figura" mesmo.
- O personagem que eu lembro de mais odiar, de querer ressuscitar pra dar uns tapas e enviar de volta pras trevas é a Emma, de Madame Bovary, do Gustave Flaubert. MEU JESUS DE CHINELO, COMO EU ODEIO ESSA MULHER. Sem mimimi de feminismo, mas Cristo, essa criatura fez o que fez e quem pagou o pato foi a pobre da Berthe!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Bom, então, DETESTO "Madame Bovary".
- Não gostei, não vi graça e fiquei enfurecida com "O mágico de OZ". CRISTO, o Homem de Lata esqueceu completamente da sua motivação???? (olha o romantismo aparecendo) Mas preciso reler, com mais amor no coração, esse livro.
- Não assisto praticamente NADA com a Kristen Stewart. Acho que só vejo mesmo "O quarto do pânico".

- Sou #TeamLegolas.
- Não criei coragem pra assistir o último filme dO Hobbit. (adaptação tem limites, senhor PJ! Não deu pra te defender mais!)
- Não acho CTG um local muito incrível e espetaculoso (como a gente prega) para crianças. Existem - como em todo lugar - muitas pessoas despreparadas para lidar com crianças e que incutem um ambiente de competição e animosidade que não acho nem um pouco legal...
- DETESTO, DETESTO que me chamem de "prenda" ou "minha prenda". Existem duas pessoas que podem usar isso, meus dois (ex) peões. Fora desse contexto soa muito pedante. Não sei que palavra usar pra definir.
- Não como carne de "bicho fofo".
- Adoro salada, sal e doces.
- Adoro fazer sobremesas, mas me sinto muito desmotivada, sei lá... Pra fazer isso ultimamente.
- Não querendo ser esnobe, mas - sendo - se eu misturar 3 ou 4 receitas diferentes de doce, sai algo bom. Não sei como, mas consigo fazer dar certo. Menos bolo. Se tiver que ir pro forno, pra não dizer "nunca", 98% das vezes não cresce.
- Elvis por parte de pai, Abba por parte de mãe, sou Nenhum de Nós no coração e na alma.
- Guaraná ou é Antarctica ou não é garaná!
- PEDRO BANDEIRA <3 br="">- Cecília Meireles, Mário Quintana, Vinicius de Moraes, Florbela Espanca <3 br="">- Quero a volta do chocolate branco com uva passa e caju da Lacta. Não me conformo e não me conformarei com sua retirada do mercado. E volta e meia mando mensagem pelas rede da Lacta enchendo o saco deles por conta disso.
- Robin Williams... <3 a="" cora="" d="" deixou="" dele="" i="" me="" nele...="" o="" p="" partida="" pensar="" profundamente="" triste.="">- Amo meias. Coloridas, também, claroooooo!
Acho que por enquanto é isso mesmo.

:)



sexta-feira, 27 de maio de 2016

A cultura do "O"

Vou falar, porque sim. Não quer ler? Sai daqui.
Estupro está em voga. A cultura do estupro está em voga.
A RBS acabou de noticiar um pai abusador (a menina de 7 anos foi comprovado, agora a comprovação das menores de 4 e 2, se não me engano), onde a família era apontada há anos como péssima cuidadora das crianças. A bomba #2: há anos as autoridades sabiam dos maus tratos ou da falta deles.
Todo mundo tem uma pessoa que adora, familiar, amigo, que é um baita de um merda, um bosta, cheio de comentários idiotas e aprovações idiotas sobre (tudo e sobre) as mulheres. Que mantêm uma pose linda pra sociedade e fala asneira quando mulher passa ou sobre a namorada gorda do amigo ou que sai em busca de "aventura" com a namorada em casa, que grita pela janela do carro, que faz fiufiu, que discretamente tenta passar a mão em alguém (conhecida ou desconhecida). Todo mundo tem uma pessoa querida dessas e que faz essas merdas.
O bom desse bafafá todo é que quanto mais se fala, quanto mais se grita, mais gente descobre que não é normal, não é aceitável e não é bonito, nem bom esse tipo de coisa. Que ninguém precisa aceitar e baixar a cabeça e mais, que já é hora de parar de "ensinar", de transmitir essa ideia de que todo mundo é obrigado a gostar de cantada, de abuso, de dominação.
E se repete o assunto, e se repetem as postagens, e que se repitam eternamente até chegar a quem precisa ouvir, a quem precisa aprender que pode gritar, pode berrar, pode espernear e pode não se acostumar com abuso. Abuso sexual, abuso psicológico, cantada, passassão de mão. O corpo é teu, é teu direito não querer, não gostar! De amigo, de parente, de namorado, de superior. E inclusive pode se tocar também que não está sozinha, que tu não é a única a sentir medo, a cruzar a rua, a calcular todo e qualquer movimento.
TodAs deveriam poder caminhar normalmente por aí, se preocupando só com o destino e direção, como todOs fazem. Pipoca por toda timeline lembretes de que o maior medo do homem preso é o abuso. Pois é, esse é o medo de todas, todos os dias, em qualquer hora e lugar.
Então, tá na hora de abrir a boca e falar pro amigo bosta baixar a bolinha, diminuir o tom e calar a boca. Ninguém precisa viver sufocado, muito menos ouvindo ou propagando essas merdas que estamos cansadas de achar que são normais e direito dos outrOs. Não vai surtar efeito? Pega teu rumo, amiga, gente assim a gente precisa ficar é longe.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Tem gente que a gente adoooooorrrraaaaaaaaa, mas que não adora a gente tanto assim. Tem gente que a gente conversaria horas e horas e horas, ou só uns minutinhos mesmo, porque a gente gosta, porque bater-papo é bom, porque a pessoa tem coisas a ensinar, porque tem experiências diferentes, ideias diferentes (ou iguais), porque é uma aventura em forma de gente.
Mas aí a gente para e lembra que a sintonia talvez não seja tanta assim. Que nem se importe tanto assim. Que não adora a gente tanto assim. Que o "astral" não bate tanto assim. E daí, já viu, fim. Ué, né.

 Então, eu foi me retraindo, voltando para o meu lugar. Acompanhando de longe. Assistindo de longe, porque é lindo ver, mesmo que sem tanta reciprocidade, essa gente tão espetaculosa que passa pelo caminho da gente. <3 br="">

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Destralhando

Momento profético: tava lá vendo um programa aleatório sobre acumuladores, e a acumuladora colecionava CDs e revistas "para lembrar" de determinadas coisas. Então o "cara lá" disse pra ela que ela não guardava para lembrar, mas guardava porque achava que precisava daquelas coisas para não esquecer. E mandou colocar tudo no lixo.

Realmente, destralhar coisas, mensagens, antiguidades, inclusive pessoas, é preciso.

"Cada coisa em seu lugar" - Clean House - Medel Family (Ttemporada 8, episódio 20 ou 04)


É assim que vou deletar uma pasta cheia de mensagens da época em que eu dançava.

E pessoas também.

Provavelmente.

:)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

(I)mbigo

Estava eu pensando hoje a tarde no quanto as vezes a gente se doa, se empresta, se empenha, vive algo pelos outros. Não pra algo de volta, mas pra fazer o bem, por que sim, por que gosta, pra ajudar, por que se importa, pra fazer algo, sei lá.
E no quanto é mais fácil, mais simples, prático e menos "incomodativo" simplesmente não se importar. Seguira a corrente e deixar que o mundo se exploda sozinho e as coisas se encaixem sozinhas e tudo vá para seu desordenado lugar.
Em como é prático seguir a maré do comodismo e fazer o essencial limitado ao tamanho do nosso alcance do nosso braço. Ou do umbigo. Né.
A gente toma no asterisco várias vezes, quase sempre, se enrola e segue tomando bem lá. Enquanto que "a vida mansa" segue daquele jeito que a gente sabe: glórias, pódio, mérito, palmas, amém.
Talvez o mundo precise de mais gente que fique quieto, abaixe a cabeça e siga andando pra frente. Sem enxergar nada além do "imbigo".
Talvez o mundo precise de um consenso, de mais amor, de mais gente ofertando a camiseta e dando o braço pelo outro.
Talvez tudo.
Talvez.
A gente segue tomando no buraco da agulha. E deseja, muitas e muitas vezes, ser do tipo B, que não se importa com nada além da facilidade, do fingir, do caminho mais fácil. Porque, né, a gente só toma no buraco da agulha e eles seguem lá, lindos, maravilhosos e com a mesma preocupação: nenhuma. Nenhuma que não envolva o seu umbigo.

Aí, no fim do dia você se depara com alguém que perdeu alguém muito recentemente, que em questão de 20 dias ficou doente, descobriu doença e morreu.
Aí a gente para e reflete mais um pouco, nessa merda de vida, e vê que realmente ela é aquele espaço entre um abrir e fechar de olhos.

O que vale a pena?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Pra Ita

Toda vez que alguém morre, recebemos um convite para (re)pensar a vida. Foi mais ou menos isso que o prof. Edgar falou hoje.
Toda vez que acompanhamos a partida de alguém (importante pra gente, pra alguém, do passado, do presente, do futuro) um filme passa pela cabeça da gente, sobre nós mesmos, sobre nós e os outros, sobre quem perdemos, sobre quem deixamos ou mandamos partir, sobre nossas próprias saídas, caminhos... E a gente relembra de tanta coisa da pessoa que se vai...
Não importa a idade, acompanhar uma partida é um convite à reflexão, é o lembrete dolorido e dado na cara de que agora, só memória... E saudade.
Hoje nos despedimos de uma pessoa querida, amiga da família, que nos viu crescer, que "me perdeu" no zoo cheio de gente, bateu minha cabeça no teto do carro e que eu sempre gostei da risada e da voz. Sempre. A gente acaba lembrando desses detalhes.
Pessoas que são como eu, e sentem meio que muito, meio que exageradamente tudo, entendem a singeleza, a sutileza desses momentos de recolhimento, de dor, de sentir o que o outro sente e querer virar meio que uma esponja e não deixar que a dor doa sozinha, nem sozinha, só não deixar que a dor doa no outro. 
É triste acompanhar a tristeza dos nossos amigos de infância, do marido, da família, dos amigos... E é tão triste acompanhar a tristeza da mãe da gente, chorando de cantinho, segurando lágrima no olho e lembrando a gente da importância da amizade, ainda mais uma de bem mais de 30 anos.
É essa raridade, essa beleza e esse sorriso largão e gostoso que a gente precisa na vida. De amizades assim, queridas, longas, divertidas... E toda força desse mundo pra aceitar que a alma é imortal e que quando o grande teatro termina, a gente volta pra casa.

Um abraço do tamanho do mundo pro "Dilo", pro Meme e pro Willian