domingo, 22 de agosto de 2010

A nossa alma não é pequena

Bom... E a ficha caiu...

Ontem, terminei de fazer as 30 malas e maletas que usaremos nas coreografias da invernada. Fui tomar banho e, com a cabeça "mais tranquila", ouvi um pensamento "é hoje".
A estreia do nosso novo trabalho foi ontem.
Pilcha nova, grupo remodelado, coregorafias novas, obstáculos novos, grupo novo, instrumental renovado, mil coisas... Escorrega na saia enormemente comprida do vestido, cai no chão: PENSA RÁPIDO, GURIA! Se vamos cair, "caiamos" com estilo: pose no chão!
Não é legal cair... Mas é melhro ocnseguir raciocinar RÁPIDO, RAPIDÍSSIMO, e tomar a decisão certa no momento exato.

Depois de uam semana pouco dormida, muito ensaiada, muitíssimo trabalhada, o que é que vem? Mais ensaio. e um momento de relaxamento na sede do CTG. Após, cheguei em casa. Vim "dar uam banda na net". Busca resultados da 1ª macro e: dois desclassificados.

E deu um aperto no peito... INDESCRITÍVEL.
Chega a parecer que o meu coração vai saltar pela boca. Nem isso! Parece que ele está tremelicando de um lado, e corpo de outro, e treme de novo, e tudo se descompassa. É muito ruim. Dá vontade de apertar "aquele botãozinho" do controle remoto e já chegar no resultado final, melhor, chegar no domingo que vem, a esta hora, quando já teremos sabido - há horas, quiçá - o resultado de um ano inteiro de confinamento, de ausências, de perdas e ganhos, de faculdade de lado, de família às traças, de amigos abandonados, de cachorros negligenciados, de noites mal dormidas, de brigas, de machudados, de joelhso ferrados, de pés ralados... Teremos o resultado de 6 anos de entrega TOTAL ao CTG.
Onde o narrador tentará fazer com que sua voz soe mais alta do que o alarido da multidão, do que as vibrações dos campeões, do que o burburinho da geral. E lá estarei eu contando nso dedos, tentando manter a razão e a ordem lógica das invernadas, somando, ressomando e recontando se o nome da "nossa casa" já terá sido dito ou... Esquecido...??? Não. Não há esquecimentos, há futuras novas tentativas...

Dói deixar o filme correr na cabeça. Dá uma dor EXTREMA tentar pensar na não-possibilidade.

Há que ser realista.
Tudo pende para os dois lados: 50% sim e 50% não. E acredito firme e fortemente que tudo tem sua razão de ser, mas dói pra burro pensar nas brigas que se comprou, nos desafios que foram lançados, em tudo que se deixou pra trás e em tudo que se investiu... Investiu concreta e financeiramente e, pior, psicológicamente...

Dá um medo...
E é horrível esse medo, essa impressão de que as pessoas não se deram conta que o que não foi acertado e arrumado em um (ou mais) ano, tem apenas "algumas horas" para ser "corrigido". Que não há uma segunda chance...

Me dói.
Dói por mim, dói pelos meus pais (até pela minha irmã que odeia o CTG), dói pelas minahs cachorras, dói pelas minahs afilhadas, pelas minhas amigas e amigos, dói pela minha facudlade (e dói o bolso junto), pelo meu emprego, dói pela minah vida, pela minha sanidade, pela minha guerra particular.
Dói pelo que ouvi, pelo que falaram da minha invernada, dói pelo que falaram dos meus amigos, dói pelo que falaram dos meus companheiros, dói pel oque fizeram com as pessoas que conheço, dói pelas ameaças, pelas intrigas, pelas injustiças (e até pelas justiças). Dói pelas horas de sono perdido, pelos dias de sol dentro de um galpão, pelos convites recusados, pelos amigso abandonados.
Dói pelo carinho das pessoas, pela fé, pela crença, pela dedicação, pela parceria, pela amizade, pelo companheirismo, pelo frio, pela fome, pelo cansaço, pela doença, pela saúde, pelo empenho, pela força, pela união e pela desunião. Dói pelo apoio, pela entrega, pela busca, pelo caminho, por todas as noites e todos os dias, e pelos atrasos, e pelas brigas e pelas desavenças e pelas festas e pelas piadas e pelas risadas...
Dói por quem acredita, por quem está junto de nós.
Dói muito, dói muitíssimo por todos que estão no coração da gente e que se agarraram nas almas...

Dói. Dói muito.

E dá muito medo de tudo isso ter sido em vão...

Fernando Pessoa resume tudo que penso, e creio fortemente, apesar de todo medo:
"TUDO VALE A PENA
SE A ALMA NÃO É PEQUENA".

Beijos e orem por nós,
Marina Nina

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