terça-feira, 26 de agosto de 2014

Perdi a quantia das vezes que falei tchau. Que ouvi uma tosse e me levantei. Que ouvi um "raspadinho" no chão e corri. Que qualquer barulho me fez levantar, correr, virar pra trás.
Perdi a conta de quantas vezes entrei no mercado e quis sair correndo, porque não precisava mais comprar nada em promoção. Nem procurar fralda, nem remédio, nem contar moeda no fim do mês pra ter tudo certinho.
Perdi as contas de quantas vezes vou pra porta do meu quarto antes de dormir dar uma olhada. Ver se as cobertas estão se mexendo. Perdi a conta de quantas vezes eu não passei meu creme nas mãos antes de dormir.
A gente espera o tempo voltar, acha que pode desfazer o que passou.
Perdi a conta das coisas que eu penso antes de fazer, da água que vou tomar antes de dormir, que não preciso mais obrigatoriamente trocar. Batida no chão, barulho do pote, choramingo. Eles estão aí, mas não são o que eu espero encontrar.
Eu não perdi a conta. A gente não conta nada dessas coisas, não dá pra numerar. A gente não processa mais. Eu não processo nada que envolva dor.
Tudo tem seu tempo. Eu ando somando a perda das contas. Nunca fui boa em matemática, mas sei que não existe um cálculo possível para tudo isso. Conheço o símbolo do infinito, aprendi a dividir, logo vou aprender a voltar a multiplicar. O infinito agora tem outro significado.
Infinito tem um símbolo, mas 4 letras, muito amor e uma saudade que gira e volta e continua...

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