quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Vazio

Hoje acordei. Mas eu acordei e a primeira coisa que eu senti, foi algo estranho, mas eu senti um vazio. Não era grande, não era profundo, era, talvez, aterrador, porque era um vazio vazio. Bem assim. Vazio.
Um buraco, sem explicação, como se faltasse algo, uma coisa que não se sabe explicar, onde fica, o que é. Senti um vazio. Esse vazio todo dá medo, angústia, deixa a gente perdido e desnorteado. É só um vazio abismal, bruto, cru.
Mais tarde, quando fiquei brava, ou seria furiosa, ou seria puta da cara, ou seria indignada, ou seria furiosa, nem sei! Sei que mais tarde fiquei num misto de descontentamento, frustração e braveza, eu senti bem aquele lugar, bem ali no meio do corpo, me veio a sensação de eu era uma melancia explodindo, de dentro pra fora, para todos os lados, em zilhões de pedacinhozinhos.
Que raiva que dá!
A vida, nem vida! Pobrezinha, quem atropela a gente são as pessoas, nem sempre a pobre vida. As pessoas atropelam as outras, abusam, sobem, pisoteiam. Colocam um sorriso no rosto e deu, cabou. O outro vai reagir? Não, né! E que fase paz e amor... Esse mundo cansa, as pessoas cansam a gente, a boa vontade da gente, o amor da gente, a "beleza" da gente, a paciência da gente. A gente pisa na gente, porque está tudo bem.
É um vazio abrupto, solto, contido, misturado, bagunçado, mas presente. Ele é inteiro. Ele é pesado e continua ali no meio do corpo, ali, bem na divisão das costelas, sabe. É como se uma pedra estivesse se alastrando pelo corpo, pela alma, espírito, e solidificando tudo. Pesando tudo.
Nem sei como cheguei até aqui. Só disso, que hoje eu acordei e senti um vazio. Vamos ver como faremos para conviver com o máximo de paz...
Não gosto dele. Mas agora ele é meu.
Esse vazio é meu. É presente. (vazio presente, parece tão estranho isso...)
É vazio.

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