sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

(I)mbigo

Estava eu pensando hoje a tarde no quanto as vezes a gente se doa, se empresta, se empenha, vive algo pelos outros. Não pra algo de volta, mas pra fazer o bem, por que sim, por que gosta, pra ajudar, por que se importa, pra fazer algo, sei lá.
E no quanto é mais fácil, mais simples, prático e menos "incomodativo" simplesmente não se importar. Seguira a corrente e deixar que o mundo se exploda sozinho e as coisas se encaixem sozinhas e tudo vá para seu desordenado lugar.
Em como é prático seguir a maré do comodismo e fazer o essencial limitado ao tamanho do nosso alcance do nosso braço. Ou do umbigo. Né.
A gente toma no asterisco várias vezes, quase sempre, se enrola e segue tomando bem lá. Enquanto que "a vida mansa" segue daquele jeito que a gente sabe: glórias, pódio, mérito, palmas, amém.
Talvez o mundo precise de mais gente que fique quieto, abaixe a cabeça e siga andando pra frente. Sem enxergar nada além do "imbigo".
Talvez o mundo precise de um consenso, de mais amor, de mais gente ofertando a camiseta e dando o braço pelo outro.
Talvez tudo.
Talvez.
A gente segue tomando no buraco da agulha. E deseja, muitas e muitas vezes, ser do tipo B, que não se importa com nada além da facilidade, do fingir, do caminho mais fácil. Porque, né, a gente só toma no buraco da agulha e eles seguem lá, lindos, maravilhosos e com a mesma preocupação: nenhuma. Nenhuma que não envolva o seu umbigo.

Aí, no fim do dia você se depara com alguém que perdeu alguém muito recentemente, que em questão de 20 dias ficou doente, descobriu doença e morreu.
Aí a gente para e reflete mais um pouco, nessa merda de vida, e vê que realmente ela é aquele espaço entre um abrir e fechar de olhos.

O que vale a pena?

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