quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Pra Ita

Toda vez que alguém morre, recebemos um convite para (re)pensar a vida. Foi mais ou menos isso que o prof. Edgar falou hoje.
Toda vez que acompanhamos a partida de alguém (importante pra gente, pra alguém, do passado, do presente, do futuro) um filme passa pela cabeça da gente, sobre nós mesmos, sobre nós e os outros, sobre quem perdemos, sobre quem deixamos ou mandamos partir, sobre nossas próprias saídas, caminhos... E a gente relembra de tanta coisa da pessoa que se vai...
Não importa a idade, acompanhar uma partida é um convite à reflexão, é o lembrete dolorido e dado na cara de que agora, só memória... E saudade.
Hoje nos despedimos de uma pessoa querida, amiga da família, que nos viu crescer, que "me perdeu" no zoo cheio de gente, bateu minha cabeça no teto do carro e que eu sempre gostei da risada e da voz. Sempre. A gente acaba lembrando desses detalhes.
Pessoas que são como eu, e sentem meio que muito, meio que exageradamente tudo, entendem a singeleza, a sutileza desses momentos de recolhimento, de dor, de sentir o que o outro sente e querer virar meio que uma esponja e não deixar que a dor doa sozinha, nem sozinha, só não deixar que a dor doa no outro. 
É triste acompanhar a tristeza dos nossos amigos de infância, do marido, da família, dos amigos... E é tão triste acompanhar a tristeza da mãe da gente, chorando de cantinho, segurando lágrima no olho e lembrando a gente da importância da amizade, ainda mais uma de bem mais de 30 anos.
É essa raridade, essa beleza e esse sorriso largão e gostoso que a gente precisa na vida. De amizades assim, queridas, longas, divertidas... E toda força desse mundo pra aceitar que a alma é imortal e que quando o grande teatro termina, a gente volta pra casa.

Um abraço do tamanho do mundo pro "Dilo", pro Meme e pro Willian

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