segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Abra a boca

Passei meio domingo brincando de filosofar com dois peões da gestão regional. Muito legal.
Hoje, lembrei de um e-mail de um amigo que tem mil coisas na cabeça, a gente filosofa há anos, ele, pra variar, diz que não entende as mulheres, e ele me perguntou uma coisa que acho que vou responder hoje... Ou nem vou, por que a resposta pra pergunta sempre será sem pé, muito menos sem cabeça... Por que cada verdade é uma verdade e cada resposta... Bom, aí depende... Cada ser é um ser... E cada instante, é o momento certo de mudar.

"Ah, e porque diabos não falam pro cara que estão afim dele!?"

Você é você. Ponto. De repente, não mais que de repente descobre que está afim, gostando, ou "estranhando", alguém. Ponto. De repente, não mais que de repente, você encontra esta pessoa no meio do caminho e...
Agora visualize a cena:
- Oi!
- Oi!
- Mas tenho que te faalr uma coisa...
- O quê? Diga!
- Olha, sabe que eu estou afim de você!
Ponto.

Aposto que seu cérebro já se encarregou de montar a história na sua própria cabeça. E de arrumar um final pra ela. Arrisco dizer que se você está nas nuvens, a conclusão será com a frase "Nossa... Eu sempre quis dizer a mesma coisa..." e um smack apaixonado, e se você está num nevoeiro dos infernos a próxima etapa será "Ahn? Quê? Bebeste????" seguido de questionamentos sobre sua sanidade mental, gagueira, suor, palidez...

De qualquer forma, creio que uma "notícia" dessas gere mil conflitos, perguntas e respostas, mas só existem duas possibilidades ou vai, ou racha...

Mas por que é tão difícil tomar coragem e falar?
Não sei. E eu não sei mesmo.
Bom, na verdade, talvez saiba...

Emfim, deve ser aquele negócio enraizado na mulher, aquilo que as mulheres eram uma vez: escravinhas, donas de casa, "sim, senhor"... Aquele troço que todo mundo conhece, sabe e que ainda bem, não existe tanto assim mais.
Eram os meninos que tinham que chegar nas meninas. E a gente, no fundo, no fundo, ainda pensa assim... Como se eles tivessem o primeiro poder de decisão, e nós o último - sim (te quero) ou não (não quero ou não quero mais).

Concordo plenamente que a gente deve sim toamr a iniciativa e chutar o balde pra não ficar na dúvida, mas tem aquela parte que morre de medo da resposta e da reação.
Acho que todo mundo já tentou fazer isso... Alguns se traumatizaram, outros sairam faceiros da vida. O que assusta, talvez nã oseja a resposta, muito menso a verdade em si, mas o depois... E depois? O que vem depois? Como será depois?
Ai... Dá um medo...

Ainda mais se você já fez isso e levou um tufo do cão.
Bom, então, na próxima vez, você vai com calma, usa toda a calma do mundo, fica tranquïla, quieta, espera ter certeza, brinca de detetive e quando acontece... Tarde demais... Zaz! Alguém faz o serviço melhor do que você e sai com o teu trófeu na mão. Ao perdedor, não as batatas, mas fica chupando pirulito pra ver se adoça a vida.
E ainda, perde tudo o que tinha, mais o que não tinha e consegue a façanha de perder mais um pouco.
Aí, você fica com cara de tacho, pensando mil e uma coisas...

"Por que que tu não disse antes?" "Ué, por que eu tinha medo, vai que tu sumia de medo?" "Capaz... Eu não sou assim." "Ah, mas vai que você deixasse de falar comigo?" "Eu? Por isso? Nunca!"
Nariz de palhaço pra você!

Ou as pessoas mudam rápido demais. Ou elas montam personagens e brincam de Lego. Ou elas realmente se apavoram (conhece aquela máxima que diz que não se deve jamais sentar na primeira fila do balé?)...
O certo é que não há como prever uma reação.

As vezes esperar é o certo, as vezes não esperar é o certo. As vezes tudo junto é certo também.
Bom, a verdade é melhor do que a mentira sempre. E tirar a pulga atrás da orelha dá um alívio... Sempre.
Ou nem...
Ou aumenta a coceira mesmo e nem anti-pulga resolve.

Dá medo danado de revelar sim o que a gente sente.
Especialmente se está afim de alguém, principalmente se entram no jogo mil e uma coisas.
Medo. Pânico. Pavor. Ojeriza. Sim, aquela palavra que começa com "C" e termina com "aço" também. Dá um medo de perder tanta coisa...

Enfim, é um trocinho bem complicado. As vezes traumatizante. E no final das contas a gente tem que é seguir o coração. Sempre.
Por que na hora que for, as coisas vão dar certo.
Abra a boca!

Bom, tia Meg se "arrepende" de ter esperado demais sim...
E as vezes, tia Meg preferia mesmo era ter perdido só algo, pra não perder tudo...

Bejón,
Megara

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