domingo, 6 de junho de 2010

.:O peão de uma prenda ruim:.

Daqui pra frente provavelmente o assunto mais abordado será a preparação para a Macro... Regional do ENART...
Um pouco menos de 90 dias até lá...
Pensei em criar um blog só pra isso, mas não... Deixe que "as eus" manifestem-se sobre a loucura destes 90 dias.
Veremos quem aguentará e sobreviverá...


Em algum lugar destes muitos textos que escrevi aqui, ou dos muitos que não foram publicados, eu devo ter mencionado algo relacionado a como é difícil ser a prenda ruim de um peão bom.
É cobrança que não acaba mais e de todos os lados, principalmente do lado "da frente", que é aonde meu peão geralmente está: enlaçado comigo, ou seja, na minha frente.
Quando eu penso que lá se vão muitos dias sem uma única discussão ou briga, lá vem minha intolerância, minhas "mágoas retidas" e minha fúria explodindo pra cima dele. ele não é santo. Eu sou menos ainda. Só que as vezes eu não consigo ignorar ou fingir que não ouvi, e as vezes, nem precisa de algo efetivo, meu "bom" humor expande e eu literalemnte solto os cachorros pra cima dele, desafogando meus ressentimentos antigos e eternamente enjaulados neste meu coraçãozinho de pedra sabão.

Ele já foi MUITO, mas"muito" escrito com letras garrafais, chato, estupidinho, sei lá qual o termo que ia usar, comigo, agora, creio que a convivência e a paciência tomaram um pouco de lugar nessa nossa relação. E que fique esclarecido: relação prenda & peão.
Ele era um tanto intolerante quando eu era mais ameba do que sou hoje. Acreditem AMEBA de AMEBONA. Foi o pobre quem teve que encarar a pior das prendas, a pior dançarina de todos os tempos e martelar MUITO pra ter algum resultadinho básico.
Eu digo com letras super garrafais que não seria nada sem ele, sem a ajuda deste chato, insuportável que dança comigo há quase 4 anos, quase 4 trabalhos, quase 4 pilchas. A chatice dele é que me fez melhorar e eu tenho total consciência disso e vivo de falar isso pra ele, mas as vezes, os ressentimentos engavetados falam muito mais alto, especialmente agora que vejo indícios daquele peão que de repente viu em sua frente a pior das dançarinas, uma desengonçada e toda errada dançarina. Dançarina nada, projeto mal feito de dançarina!

É um tanto assustador voltar a me deparar com aqueles sentimentos recolhidos que eu via nele logo no início de dupla. Ver de novo resquícios de desapontamento, de que eu atrapalho o bom andamento do seu progresso, de que esse estorvo é demais.
Era "fueda" dançar com alguém que nitidamente preferia estar dançando com outra pessoa, que escondia não escondendo sua decepção de par, que sabia ser infinitamente melhor do que o fardo que tinha que carregar.

Levou praticamente um ano para eu me tornar prenda do meu peão.
Agora volto a ver o objetivo dele sendo barrado por mim. Leio isso nas entrelinhas de algumas palavras que me diz.
Meu peão sabe que é bom, e sem querer, sempre me faz lembrar o quanto eu não sou.
Agora me dei conta de outra fase que voltou: eu não conseguir ser o que a imaginação dele gostaria. Eu não ser suficiente. É um pesadelo recordar disso.

Sou explosiva? Estridente? Brigona? Exagerada? Ah, eu sou. E por isso sou sempre a peça ruim da história, que não entende nada nem ninguém.
E o outro lado?
Sempre me esforcei para enxergar além da matéria, para ver além das circunstâncias. Para entender as palavras que não são ditas.

Cometi um grande crime no ano passado quando disse não ao pedido de dança de um amigo, pois devia "o respeito" ao meu peão primeiramente. Para depois eu ficar sentada vendo todos dançando belso e felizes e a prenda aqui com seu peão invisível, a quem também muito devo...

Dá raiva não poder guardar uma mágoa em meio a tanta gratidão.
Não sou perfeita e sei bem que deve ser um pesadelo ter que aguentar meu jeito e meu gênio, mas não tenho mesmo direito a guardar um pouquinho de rancor de uma das  pessoas que eu mais adoro no mundo e que só enxerga o que eu tenho de defeito? Que não se toca que eu prezo doze mil coisas complexas e acabo esquecendo de uminha simples? Só eu sei que me permiti, de uns tempos para cá, ser ruim, ser ruim mesmo, e ser grosseira, por que nunca tive esse direito, por que eu sei que isso não é o certo e que eu devo ser semrpe certinha, ou 8, ou 80. E me permiti "colocar meus podres" para fora e dizer coisas mal educadas do tipo "eu só danço por determinada coisa e NINGUÉM MAIS".

Dói botar pra froa verdades que não são nem tão verdades assim, são mais desabafos de angústias que corroem aqui dentro e que não são enxergadas, por que durante 150% do tempo eu tenho o compromisso comigo mesma de ser uma pessoa o mais correta e justa possível.
Não estou dizendo que eu sou incorreta e injusta, mas estou dizendo que cansa ser sempre assim e receber quatro patas nas costa o tempo todo. Que cansa me preocupar, e não "ser" preocupada. Que cansa ter que tentar explicar todas as vezes que eu sou assim e não assado e que eu também preciso de ajuda para aguentar a maré.

EU ODEIO com todas as minhas forças ficar de mal com o meu peão. E sei que isso estraga toda a minha semana, mas eu cansei e eu canso de tentar ser a prenda perfeita, não mais a que dança maravilhosamente bem, mas a prenda que compensa com qualquer outra coisa a falta de boa dança que ela tem.
Eu não preciso só de ajuda pra dançar, pra trabalhar essa habilidade que eu não tenho. Preciso de uma mão invisível de vez em quando.

O meu peão sabe que pode dançar bem com qualquer prenda.
Eu sei que eu não.

Aí, acontece de eu largar a maior das maiores patadas da década, ir tentar me explicar e levar outra patada (pra variar). Aí eu fico ruim desse jeito, com raiva dele e de mim mesma. Ai que ódioooooooooooo!!!!!!!!!!

Vocês não entendem patavinas disso tudo e vão julgar como todo mundo julga: bulhufas pra vocês!

O meu peão é uma das pessoas que eu mais adoro sinceramente em todo o planeta Terra, é uma pessoa extremamente chata e sabe ser insuportável como ninguém. Me ensinou a dançar, entendeu muitos dos meus estresses, esteve por perto em alguns dos piores momentos que passei no CTG. Sempre foi o meu primeiro pensamento quando eu queria desistir de tudo. Não conheço outra pessoa que eu tenha tanta afinidade pra dançar danças tradicionais; posso não conseguir dançar meia vaneira com ele, mas sou capaz de aprender a Mazurca (que nunca vi) e dançar perfeitamente.
Nossos gênios e santos vivem se soqueando, eu fecho muito a boca pra não brigar; engulo sapos, caras feias, algumas palavras que machucam fundo.
Não sou uma santa, mas não sou completamente ruim também.

Devo tanto ao meu peão, que acredito não existirem vidas suficientes para pagar.
Acho que é como se ele fosse o irmão mais velho que não tenho. Só que eu esqueço que só eu sei disso.

Fico extremamente chateada por brigar com ele e acabar despachando pra fora as vontades de soqueá-lo que me dá. Acho que não existe carinho e gratidão que resistam à tristezas e à volta das angústias e desprezos passados. Só que o pobre não tem culpa.
Ou tem?

Não sei.
Eu sei que cansei de negligenciar a mim mesma, pedir desculpas quando alguém me dá um esbarrão de quebrar meu braço, cansei de pedir desculpas quando alguém pisa no meu pé, de correr atrás de gente que nem me enxerga, de falar com quem não ouve.

Devo estar cansada de mim mesma.


Sei lá.
Eu morro de medo de não dançar mais com ele, acho que se tentarem fazer isso de novo (quase, quase nos separaram ano passado) eu morro chorando outra vez, e outra vez não abro a boca pra reclamar. Eu adoro o meu peão, e essa genialidade toda que cerca nossa "pareja" é que fazem a gente se entender tão bem pra dançar. E acho que só pra isso, por que de resto... É peleia braba!


Que droga...
Como é ruim brigar com uma pessoa que a gente considera tanto...

Acho que o que me entristece mais ainda hoje é que ouvi dele algo que ele nunca ouviu de mim.
Tudo bem. Ele pode ficar P* comigo por achar que minha ira é maior que o meu carinho, mas pelo menos eu nunca o "mandei embora então" em todas as vezes que ele disse que esse nosso grupo não era mais tão suficiente para os sonhos (gana) dele...


Tudo bem... Deixa pra lá.

Ele continua sendo o meu querido peão.

O peão de uma prenda ruim.

Beijos,
Nina

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