segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A dor do parto

Não é lá muito fácil ter que se despedir de nada na vida.
Despedidas geralmente são muito polidas, sentimentais, tristes e difíceis... Não é muito simples despedir-se de nada, ter que largar algo, abandonar alguém, deixar uma lembrança para trás, um lugar importante, deixar alguém ir...

Não falo de tristeza, de sentimento, daqueles "tchaus" que contém uma forte carga de apego, aquele apego forte, duro, traiçoeiro, possessivo. É aquela tristezinha até que "boa" (seria saudosismo?), que vai levando alegria, boas recordações... Tá certo, recordações nem tão gradavéis assim também, mas essas a gente esquece, releva, por que não há nada melhor do que partir levando na mala só o que foi azul, só o que é gostoso demais...
O ruim? Ah, desse se tira proveito, aprendizagem, nova roupagem...

Não é fácil deixar coisas de lado, principalmente se elas não estão totalmente mortas e enterradas.
Não é fácil tomar certas decisões e arrumar a mala para novas tentativas. Vai saber, novos mundos podem existir por aí, não é?

É complicadinho ir querendo ficar, estar aqui querendo estar lá, estar lá com a cabeça bem acolá...

Etapa vencida, superada, ultrapassada.

Será que é assim tão fácil e seguro?
Será que a decisão é 100% correta?
Será que é o melhor?
Será que não se vai perder ao invés de ganhar?
Será que tudo volta?
Será que é melhor assim?
Será?
Será?
Será?

Quem na realidade saberá?

Não sei... Só sei que nada sei.
Mas despedir-se é o que há.
Dizem que um tempo faz bem a qualquer um... E além do mais, a gente pode descansar o espírito, esfriar a cabeça, refrescar os olhos, "mudar de casa"... Descansar é uma coisa, desistir... Ah, essa é outra bem diferente.

Partir quando é muito complicado ficar... Cabeça, tronco membros, coração, razão, pensamentos... Todos vão tentar.
Por enquanto, é triste (tristíssima) a dor do parto, mas, por enquanto, tenho que partir...

Beijos,
Nina

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